O conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jason Miller, declarou neste domingo (13) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”. A afirmação foi feita por meio de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), em reação a uma entrevista concedida por Moraes à revista norte-americana The New Yorker. A informação é da CNN Brasil.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes é a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental, e ele acha isso engraçado: ‘As pessoas vão começar a dizer que estou perseguindo todo mundo agora’, brincou”, escreveu Miller, citando um trecho da entrevista.
Minutos depois, em um segundo post, o conselheiro de Trump complementou as críticas: “Concedidos poderes especiais pelo judiciário, (Moraes) suspendeu contas pertencentes a legisladores, magnatas empresariais e comentaristas políticos...”.
Na entrevista à The New Yorker, Moraes aborda o que chama de “novo populismo digital extremista”, criticando o uso das redes sociais pela extrema-direita. “É um populismo altamente estruturado e inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda não aprendemos a revidar”, afirmou o ministro.
Segundo ele, as plataformas digitais foram apropriadas por grupos políticos radicais. “A extrema-direita percebeu, durante a Primavera Árabe, que as mídias sociais podiam mobilizar pessoas sem intermediários. Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo.”
A crítica de Miller reacende o embate entre setores conservadores internacionais e o ministro brasileiro, que ganhou destaque por suas decisões envolvendo investigações sobre fake news e atos antidemocráticos.
Jason Miller, fundador da rede social Gettr, esteve envolvido em polêmicas no Brasil. Em 2021, ele prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura a organização e o financiamento das manifestações do dia 7 de setembro. Na ocasião, participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e esteve com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada.