A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS rejeitou, nesta quinta-feira (4/12), a convocação do empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. A proposta foi derrubada por 19 votos a 12, após discussão sobre relatos que apontam possíveis repasses de recursos provenientes de desvios no instituto.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). No documento, ele argumenta que o contador João Muniz Leite, responsável pelas contas de Lulinha à época dos fatos investigados, teria recebido valores relacionados a irregularidades no INSS, conforme depoimento do lobista Eli Cohen.
A pressão pela convocação aumentou após vir a público, nesta semana, o depoimento de uma testemunha à Polícia Federal indicando que o filho do presidente Lula receberia uma mesada de cerca de R$ 300 mil de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A oitiva foi divulgada por portais de notícias e confirmada pelo Correio por integrantes do colegiado.
Segundo a testemunha, que trabalhou para Antunes e afirma ser perseguida por ele, os repasses fariam parte de um esquema de desvios envolvendo benefícios previdenciários. O conteúdo do depoimento já foi compartilhado com a CPMI, que avalia a inclusão de novas diligências para aprofundar o caso.
Na mesma sessão, os parlamentares aprovaram as convocações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro. Por outro lado, rejeitaram pedidos para ouvir dirigentes de instituições financeiras como C6, Santander e a presidente do Banco Crefisa e do Palmeiras, Leila Pereira.
Esta é a última reunião da CPMI no ano. O colegiado tem previsão de encerrar os trabalhos em março de 2026, mas o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), deve solicitar uma prorrogação de 60 dias. A decisão ficará a cargo do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).