O atacante Diogo Jota, do Liverpool, foi desaconselhado por médicos a fazer uma viagem de avião entre a Espanha e a Inglaterra. Ele havia operado o pulmão. O jogador se reapresentaria ao Liverpool ainda nesta semana.
Segundo o jornalista Rui Loura, da CNN Portugal, Jota e o irmão, André Silva, estavam a caminho de Santander, no litoral espanhol, para seguir o deslocamento até a Inglaterra de barco.
Por conta da operação e por um possível risco de complicações causadas pela pressão interna da aeronave no corpo do atleta, os profissionais sugeriram outro método de transporte.
Loura afirmou que o atleta se apresentaria nesta quinta ou sexta-feira (4) ao Liverpool para retomar as atividades após um período de férias.
Jota e o irmão morreram após o acidente, nesta madrugada, na Espanha. O atacante se casou 11 dias antes da morte.
Risco de morte
Em entrevista à CNN, o doutor Mário Claudio Ghefter, diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, explicou que há risco de morte para uma pessoa recém operada fazer um voo de avião.
“Em situações extremas, como uma despressurização repentina da cabine, a queda brusca da pressão pode provocar uma expansão acelerada dos gases no tórax, levando à compressão grave dos pulmões, colapso respiratório e óbito”, comentou.
O médico explica que, após uma cirurgia pulmonar, “é possível que uma pequena quantidade de ar residual fique retida fora do pulmão, mas ainda dentro da cavidade torácica. Durante um voo, com o aumento da altitude, a pressão atmosférica diminui — mesmo com a cabine pressurizada — o que pode fazer esse ar residual se expandir. Uma maneira simples de entender esse efeito é lembrar da sensação de ouvido entupido durante a decolagem ou aterrissagem do avião.”
Além do risco de óbito, o voo não recomendado pode causar pneumotórax , que é “a presença de ar na cavidade pleural que pode comprimir o pulmão e dificultar a respiração, levando à insuficiência respiratória”.
Segundo o médico, o recomendado é aguardar entre 10 a 15 dias para fazer o voo após uma cirurgia pulmonar.
O acidente
O atacante português Diogo Jota, de 28 anos, morreu na madrugada desta quinta-feira (3) após um acidente de carro, na Espanha.
O irmão de Jota, André Silva, também morreu no acidente na província de Zamora, a cerca de 250 quilômetros de Madri.
Segundo a Guarda Civil espanhola, o acidente aconteceu por volta das 00h30 desta quinta, no horário local (por volta das 19h30 no horário de Brasília), na zona de Cernadilla. As autoridades acreditam que o pneu do veículo estourou durante uma ultrapassagem, o que causou a perda de controle do veículo e, posteriormente, o acidente.
O acidente aconteceu na altura do quilômetro 65 da autoestrada A-52, perto do município de Palacios de Sanabria.
O alerta foi dado por testemunhas ao Centro de Emergências de Castela e Leão, que mobilizou socorro imediato, incluindo a Guardia Civil de Tráfico, os bombeiros, uma unidade médica de emergência e equipes médicas do centro de saúde mais próximo.
Apesar da rápida intervenção, os dois irmãos foram encontrados já sem vida no interior do veículo, completamente carbonizado.
Inicialmente, desconhecia-se a identidade das vítimas, mas o documento do automóvel permitiu a identificação dos atletas.
Nesta quinta, as autoridades confirmaram que os corpos estavam irreconhecíveis, sendo necessário recorrer a testes de DNA para uma identificação formal. O impacto do acidente e o incêndio tornaram os trabalhos de resgate mais difíceis.
