O senador Flávio Bolsonaro (PL) visitou nesta terça-feira (2) o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso desde sábado (22) na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília (PF). Ao deixar o local, o parlamentar contou a jornalistas que relatou ao pai a crise política no PL que divide os filhos e a ex-primeira-dama Michelle: o apoio ou não ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) numa candidatura ao governo do Ceará. Com informações do Metrópoles.
Segundo Flávio, o pai tinha visto algo pela TV na cela da PF onde cumpre pena. “Ele não consegue acompanhar muito, porque nesse cubículo que ele está, de 12 metros quadrados, até tem uma televisão, mas só consegue acompanhar a TV aberta. Então, eu expliquei para ele o que tinha acontecido, mas falei para ele que já me resolvi com a Michelle, pedi desculpas a ela, ela também”, relatou Flávio. “A gente vai ter uma reunião hoje [terça] no PL para a gente criar, na verdade, uma rotina de tomar as decisões em conjunto. Lá no Ceará, assim como em vários outros estados do Brasil, não tinha nenhuma decisão tomada. E isso vai ser conversado entre a gente para depois o presidente Bolsonaro dar a palavra final, como eu sempre falei desde o início. Então, acho que isso tudo eu gosto de ver pelo lado bom. O lado bom é que isso não vai se repetir e que a gente vai tomar decisões muito mais conscientes, ouvindo mais pessoas e o presidente resolvendo no final. Assim, as chances de errar são menores”, concluiu o filho mais velho de Bolsonaro.
O filho 01 de Bolsonaro teve visita autorizada de 30 minutos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A visita do senador ocorre em meio às polêmicas envolvendo ele, seus irmãos, Carlos e Eduardo, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O atrito ocorreu após Michelle condenar a aproximação do diretório do Partido Liberal (PL) no Ceará com Ciro Gomes (PSDB), durante um evento partidário em Fortaleza (CE), nesse domingo (30).
Após o episódio, a madrasta foi alvo de críticas por parte dos enteados. O primeiro a se manifestar foi o senador, que, ao Metrópoles, por meio da coluna de Igor Gadelha, afirmou que a fala de Michelle foi “autoritária e constrangedora.”
Nesta terça ocorre uma reunião emergencial convocada pelo PL com a presença do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, Michelle, Flávio e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). O objetivo do encontro, que acontecerá por volta das 15h, em Brasília, é da um basta na crise interna provocada pelas declarações de Michelle contra o apoio do PL a Ciro.
Michelle reage
Também nesta terça, Michelle publicou uma nota nas redes sociais sobre as críticas que recebeu dos enteados. “Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, disse.
Na nota, Michelle diz respeitar o posicionamento dos enteados, mas afirma ter o direito de expressar os pensamentos com liberdade e sinceridade. “Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é)”, explicou.
“Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser politica, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções”, afirmou.
Próximas visitas
Moraes autorizou que Michelle e a filha caçula do ex-presidente, Laura, o visitem na Superintendência da PF. A visita está agendada para quinta feira (4/12).
Além de Laura e Michele, o ministro autorizou a visita do vereador Carlos Bolsonaro no mesmo dia, desde que realizada separadamente das demais.
Bolsonaro cumpre, no local, a pena de 27 anos e 3 meses pela condenação por liderar a trama golpista.