A pesquisa Latam Pulse, do instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada (1), indica que 44,9% dos brasileiros aprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 53,6% o reprovam. Outros 1,3% não souberam ou não responderam.
Em comparação com o levantamento anterior, realizado em fevereiro, a desaprovação teve uma leve alta de 0,6 ponto percentual, dentro da margem de erro, enquanto a aprovação apresentou uma variação negativa de 0,8 ponto percentual.
Desde outubro de 2024, a reprovação ao governo está em crescimento e, desde novembro, supera a aprovação. Este é o quinto mês consecutivo em que a avaliação negativa registra alta.
A maior desaprovação ocorre entre homens (57,8%), pessoas com renda familiar entre R$ 2.000 e R$ 3.000 (52,5%), indivíduos com ensino fundamental (57,8%) e moradores das regiões Sudeste (56,1%) e Sul (67,1%). A rejeição também é expressiva entre os evangélicos, atingindo 84,8%. Por outro lado, a aprovação é maior entre mulheres (50,1%), pessoas com ensino superior (58,7%) e moradores do Nordeste (54,1%).
No Nordeste, apesar de seguir sendo a região com maior apoio ao governo, a aprovação caiu de 57,9% em fevereiro para 54,1% em março. Entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022, a aprovação chega a 88%.
A avaliação negativa do governo teve uma leve queda no período, passando de 50,8% para 49,6%. Foi a primeira vez em cinco meses que esse indicador recuou. Já a parcela da população que considera a gestão ótima ou boa oscilou negativamente de 37,6% para 37,4%, enquanto a avaliação regular subiu de 11,3% para 12,5%.
O levantamento entrevistou 4.659 brasileiros adultos entre os dias 20 e 24 de fevereiro de 2025. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.
Inflação impacta consumo e preocupa brasileiros
A inflação segue como uma das maiores preocupações da população. O Índice Atlas de Inflação apontou uma percepção de alta nos preços de 7,4%, uma leve melhora em relação aos 7,6% registrados em fevereiro. A expectativa de inflação também recuou, de 6% para 5,7%.
Apesar disso, 75% dos entrevistados afirmam que suas rendas não acompanham o aumento dos preços, e 86,6% veem a inflação como uma grande preocupação pessoal. Para 56,9% dos entrevistados, a política econômica do governo é a principal responsável pelo cenário inflacionário, com essa parcela avaliando a gestão fiscal como "péssima".
Os alimentos e combustíveis continuam sendo os itens mais associados à alta de preços, com 95,8% dos entrevistados apontando os supermercados como os setores mais afetados. Para lidar com o cenário, 55,8% dos consumidores dizem trocar produtos por alternativas mais baratas, e 44,1% optam por marcas de menor custo.
A isenção de impostos sobre a importação de produtos alimentícios, anunciada pelo governo, é vista como uma possível solução para reduzir os preços por 55,5% dos brasileiros. Dentro desse grupo, 33% acreditam que a redução será pequena, enquanto 23% esperam um impacto significativo. Já 26% avaliam que os preços permanecerão inalterados, e 17% temem que a medida possa elevar os custos dos alimentos.
Sobre os juros, 59,9% dos entrevistados atribuem ao Banco Central parte da responsabilidade pelo aumento da inflação. Além disso, 57% demonstram pouca ou nenhuma confiança na capacidade da instituição de controlar a alta dos preços, percentual superior ao registrado em relação ao Ministério da Fazenda (54%) e ao Congresso Nacional (73%).
Criminalidade e corrupção seguem entre as maiores preocupações
A criminalidade e a corrupção continuam sendo temas prioritários para os brasileiros, segundo o levantamento de março de 2025. Esses problemas foram mencionados como principais preocupações por 54% e 50,8% dos entrevistados, respectivamente.
A atuação do governo na segurança pública é avaliada como ruim por 52% da população. Além disso, 59% dos entrevistados afirmam que o desempenho do governo Bolsonaro nessa área foi superior ao do governo atual.