A Heineken reajustou seus preços no Brasil em média 6% em todo o portfólio, no primeiro aumento desde abril. A decisão ocorre após reajustes da Ambev (ABEV3) no início do ano, e levanta dúvidas no mercado sobre possíveis impactos na dinâmica competitiva.
Segundo o Bradesco BBI, o movimento da Heineken pode indicar um ambiente de preços mais racional no curto prazo. Analistas destacam que a empresa ficou mais de um ano sem reajustes e ainda busca ampliar participação no mercado, especialmente com a nova cervejaria inaugurada este ano.
Apesar do cenário, o BBI vê como incerta uma mudança estrutural na competição. A avaliação é que a trajetória da Ambev dependerá da capacidade de equilibrar preço e volume para recuperar margens — o que ainda não se concretizou.
A recomendação do BBI segue neutra, com preço-alvo de R$ 12. Já o Goldman Sachs mantém recomendação de venda, ponderando que, apesar do alívio competitivo, a Heineken ainda mantém vantagem em preços e que promoções seguem impactando a receita líquida da Ambev.
O setor enfrenta ainda sinais de desaceleração no Brasil e impulso limitado nas operações internacionais. A Ambev, segundo o BBI, negocia a 14,5 vezes o P/L, patamar que só se tornaria atrativo com mais confiança no crescimento dos lucros.