Em 2012, Leão XIV criticou o que chamou de “simpatia por convicções e práticas em desacordo com o Evangelho”, referindo-se especificamente ao “estilo de vida homossexual” e a famílias formadas por casais do mesmo sexo. Ainda no Peru, se posicionou contra um plano do governo de inserir conteúdos sobre identidade de gênero no currículo escolar, afirmando que “a promoção da ideologia de gênero é confusa, porque busca criar gêneros que não existem”.
Essa postura conservadora contrasta com sua imagem de pastor discreto e acessível. Segundo o padre Michele Falcone, da Ordem de Santo Agostinho, da qual Leão XIV fazia parte, o novo papa evita excessos e valoriza o contato próximo com o povo. “Abençoar bebês, sim. Pegá-los no colo, não”, disse Falcone ao The New York Times.
Apesar do tom reservado, o papa já afirmou que a missão da Igreja é “encontrar as pessoas onde elas estão”. Em entrevista ao site oficial do Vaticano, declarou que um bispo “não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino”, mas alguém que caminha com o povo e partilha de suas dores.
Antes de ingressar na vida religiosa, Leão XIV se formou em matemática. Em 2023, assumiu o comando do influente Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos em todo o mundo — o que consolidou sua influência dentro da Cúria Romana e o colocou no centro das decisões eclesiásticas.
A escolha de seu nome papal, Leão XIV, remete a uma tradição de firmeza doutrinária. O anúncio foi feito em latim pelo cardeal Dominique Mamberti, com a frase ritual: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam” (“Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa”).