Muitas vezes até chego a conclusão de que não deveria falar tanto em Henrique. Eu sei como é podre o mundo do futebol e tenho convicção que isso até pode prejudicar o menino. Tem companheiro que fica com inveja, mas me alivia ao ver que Souza, outro diferenciado do time, sempre procura o jovem meia para jogar.
Temo também perseguição de treinador, já vi isso acontecer aqui. Certa vez o América tinha um centroavante que eu admirava demais. O menino Ailton, de Pedro Velho, e acho que acabei o atrapalhando porque o treinador, safado, parecia que fazia de propósito. Esse menino foi um dos jogadores mais parecidos com Edmundo, sem a selvageria, que eu vi jogar.
E posso citar casos de Wallyson, eu elogiava e um treinador o colocou certa vez e lateral esquerdo. O caso de Ayrton Lucas, o Zé Teodoro improvisou Somália, um zagueirão canhoto e lento, Samuel, mas não fez jogar o menino que voava nos treinos.
Rodriguinho e Sílvio Madonna foram perseguidos por um insano discriminador que tinha raiva da alegria dos jogadores das Rocas e só queria montar time com "putas velhas" que os empresários (já nessa época) lhe mandavam.
Posso citar duzentos casos. Richardson, que rendeu ao Ceará a maior negociação, vendido ao futebol japonês, sofreu com obtuso treinador (já falecido) que não enxergava suas qualidades. Judson, hoje no Avaí, só foi escalado em jogo da Copa do Brasil porque estava todo mundo suspenso ou machucado.
Agora, além de Henrique, temos o exemplo de Emanuel, Randerson, Osiel, Darlan e Ryan, todos do ABC, alguns deles preteridos por reforços sem futuro que nada renderam. Essa é a história de nosso futebol sempre tratando mal os nossos.
Aí, encerro perguntando: me diz aí torcida, quais os maiores jogadores que brilharam em campos potiguares, os que não esquecemos jamais: Jorge Tavares, Evaldo Pancinha, Marinho Chagas, Odilon, Sérgio Poti, Júnior Xavier, Nonato,.Souza, Sandro Galego, Wallyson e Rodriguinho, todos do RN e olha que poderia acrescentar muitos outros.
Fora desta lista, curiosamente, apenas estrangeiros que se tornaram potiguares, casos do "Negão Dez", Alberi, Danilo Menezes, Capitão Edson, e Didi Duarte. E tem mais!