A Polícia Federal (PF) encaminhou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que as investigações sobre as ameaças feitas ao ministro Flávio Dino após o julgamento do ‘núcleo 1’ da trama golpista sejam incorporadas ao inquérito das chamadas “milícias digitais”. A informação é do O Antagonista.
Segundo a PF, Dino recebeu mais de 50 ameaças feitas por meio de publicações em redes sociais. Além dele, o nome do delegado federal Fábio Shor era mencionado nas postagens.
Para a corporação, “a individualização dos alvos confere maior gravidade e reprovabilidade às condutas, porquanto amplia o potencial intimidatório, constrange o exercício regular da função pública e rompe a esfera do debate abstrato para uma concretude persecutória”.
“Logo após proferir meu voto, passei a ser destinatário de graves ameaças contra a minha vida e integridade física”, afirma Dino, em trecho da manifestação anexada ao processo.
Segundo Dino, as ameaças se intensificaram principalmente após os desdobramentos envolvendo o episódio do Nepal, o que, em sua avaliação, demonstra a gravidade do cenário e a necessidade de atuação das autoridades competentes.
“São milhares de postagens em redes sociais, incentivando ataques letais aos ministros e seus familiares, bem como a destruição da Sede do STF. A representação busca garantir que a Polícia Federal adote todas as medidas cabíveis para identificar os autores das gravíssimas ameaças”, diz outro trecho da solicitação enviada à PF.
No julgamento, Dino votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos outros sete réus.
Além do ex-presidente, foram condenados: Almir Garnier; Anderson Torres; Augusto Heleno; Mauro Cid; Paulo Sérgio Nogueira; Walter Braga Netto e Alexandre Ramagem.