A farmacêutica GSK lançou no Brasil o primeiro medicamento injetável de longa ação para prevenir o HIV. O cabotegravir, comercializado como Apretude, passou a ser vendido em farmácias privadas desde segunda-feira (25), com distribuição da Oncoprod, ao preço de R$ 4 mil por aplicação. Ainda não há previsão de adoção pelo SUS.
A injeção atua de forma semelhante à profilaxia pré-exposição (PrEP) oral oferecida pelo SUS, mas com a vantagem de durar 60 dias por aplicação, reduzindo o risco de esquecimento do tratamento. Estudos mostram que o uso injetável apresentou adesão de 95%, contra 58% na PrEP oral, e nenhum caso de infecção foi registrado entre os usuários do cabotegravir.
O medicamento é indicado para pessoas sexualmente ativas a partir de 15 anos, com pelo menos 35 kg, que tenham risco aumentado de exposição ao HIV. Deve ser aplicado por via intramuscular por profissionais de saúde e combinado com preservativos e outras formas de prevenção. Teste negativo para HIV até sete dias antes da aplicação é obrigatório.
A PrEP injetável ainda depende de avaliação da Conitec para possível incorporação ao SUS. Segundo estimativas da GSK, o uso do cabotegravir poderia evitar 385 mil casos de HIV em dez anos, com economia de R$ 14 bilhões em custos de tratamento.
Outro antiviral injetável, o lenacapavir, da Gilead Sciences, também está em estudo e pode oferecer proteção de até seis meses contra o HIV.