Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, reservadamente, que a restrição anunciada pelos Estados Unidos de vistos para autoridades estrangeiras é grave, mas acreditam que qualquer reação deva partir do governo federal por via diplomática. A notícia é do blog do Téo Cury, na CNN Brasil.
Os Estados Unidos anunciaram a restrição de vistos para estrangeiros, incluindo autoridades, que "censuram" americanos. O conselheiro de Donald Trump, Jason Miller, marcou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em uma publicação nas redes sociais sobre o assunto.
A avaliação no tribunal é a de que o caso é atribuição da diplomacia brasileira e não do STF. O Ministério das Relações Exteriores estabeleceu linha de comunicação direta com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF. O objetivo é informá-lo sobre as possíveis medidas a serem tomadas.
Uma ala do tribunal vê com preocupação o anúncio do governo norte-americano. Para esses ministros, que defendem uma desescalada do desgaste institucional e diplomático, a decisão é ruim para a imagem da Corte.
A postura do STF a respeito do assunto se mantém a mesma de dias atrás. A CNN mostrou que a cúpula do tribunal aguarda uma reação do governo às ameaças do governo norte-americano em aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes.
Nos bastidores, ministros avaliam que qualquer sanção a Moraes seria descabida, pois representaria uma intervenção indevida de outro país na Justiça brasileira. Embora vejam gravidade na ameaça, eles minimizam a chance de isso resultar em efeitos práticos.