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Internacional

Trump debocha do mundo e diz que países querem beijar o seu c*

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Com a graça e a elegância que lhe são peculiares, Donald Trump debochou dos países que buscam entrar em acordo com o governo dos Estados Unidos para baixar as tarifas de importação insanas que foram impostas aos seus produtos. A matéria é de Mario Sabino do Metrópoles.

Em um jantar de arrecadação de fundos para o Partido Republicano, o presidente americano disse “esses países ligam, me beijam o c*, estão morrendo de vontade de fazer um acordo”.

Como se não bastasse, Donald Trump arremedou o que seriam as vozes suplicantes de líderes estrangeiros: “Por favor, senhor, por favor, faça um acordo. Farei qualquer coisa, senhor”. Ele acrescentou que os Estados Unidos “não precisam necessariamente” de acordos, porque se bastariam.

Horas depois, não houve beijo grego. Os chineses revidaram às tarifas de 104% que lhes passaram a ser cobradas, impondo tarifas de 84% à importação de mercadorias do oponente. Possivelmente, Elon Musk, cuja Tesla depende enormemente da China, terá de redobrar os beijos no derrière do amigão cor de laranja.

Ato contínuo, a União Europeia estabeleceu tarifas retaliatórias e escalonadas no tempo sobre US$ 23 bilhões em produtos importados de estados americanos politicamente mais sensíveis, de maioria republicana, como Louisiana, Nebraska, Kansas, Georgia, Virginia e Alabama. Ao contrário dos chineses, que afirmaram que lutarão até o fim (e o apocalipse está próximo), os europeus entraram relutantes na guerra comercial. Tanto é que anunciaram que as novas tarifas poderão ser retiradas, se os Estados Unidos aceitarem entabular conversações sérias com a União Europeia. Ou seja, sem beijos em partes pudendas de parte a parte.

O dano já causado por Donald Trump é irreparável, e não se está falando dos trilhões queimados nas bolsas. Arrogante, irresponsável, desequilibrado, ele destruiu o cimento das relações econômicas, internacionais e pessoais: a confiança.

Ninguém confia no presidente americano, a não ser o rebanho que ele está tangendo para o abismo da recessão mundial, e essa desconfiança se estenderá aos Estados Unidos durante um tempo imprevisível. O país central do capitalismo deixou de ser um porto seguro para investidores, aliados e amigos até ontem fraternos, pelo menos até que Donald Trump saia da presidência — e se o seu sucessor for o ideológico J.D. Vance, tudo pode até piorar, a julgar pelas declarações do sujeito.

A falta de confiança nos Estados Unidos de Donald Trump é tamanha, que há um debate na Alemanha sobre se não é o caso de repatriar o ouro que o país guarda em Nova York, no cofre do Federal Reserve, o banco central americano.

A Alemanha mantém 37% da sua reserva de ouro, a segunda maior do mundo, do outro lado do Atlântico, por questão de segurança que remonta à época da Guerra Fria, quando a ameaça de invasão soviética pairava sobre a Europa Ocidental (agora temos Putin, mas vou parar por aqui para o artigo não ficar interminável). No total, são 1.236 toneladas, que perfazem, em valores atuais, US$ 113 bilhões.

Os defensores da repatriação, capitaneados por uma associação de pagadores de impostos, têm medo — vamos ser elegantes como Donald Trump — que o presidente americano afane o ouro alemão, alegando um motivo esdrúxulo qualquer.

A medida mínima, segundo eles, seria fazer a contagem física dos lingotes guardados em Nova York, sob a justificativa adicional de que o próprio Donald Trump, secundado por Elon Musk, já duvidou de que toda a reserva de ouro americana, a maior do mundo, estivesse mesmo protegida no Fort Knox, no Kentucky. Ninguém de importante quer beijar o c* do presidente americano, não. Isso é só fantasia do debochado.

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