Cecília Rodrigues Mota — uma das pessoas investigadas na operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que mirou fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — fez 33 viagens em menos de um ano, inclusive para destinos internacionais. A notícia é dos repórteres Fábio Amato e Mariana Laboissière, do g1.
Entre as cidades estrangeiras visitadas em 2024 estão Dubai, Paris e Lisboa.
Segundo as investigações, Cecília foi presidente, ao mesmo tempo, de duas associações que fizeram descontos indevidos (entenda mais abaixo). Ela é advogada e servidora pública federal aposentada.
Na semana passada, quando a operação "Sem Desconto" foi deflagrada, Cecília foi alvo de mandado de busca e apreensão. Foram, no total, 211 mandados desse tipo em 13 estados e no Distrito Federal.
"Ao todo, Cecília viajou 33 vezes entre 02/01/2024 e 12/11/2024, incluindo deslocamentos internacionais para Dubai, Paris e Lisboa. No ano de 2023, Cecília viajou 8 vezes", diz um trecho da representação da Polícia Federal.
O documento também cita pelo menos seis pessoas que a acompanhavam com frequência nas viagens, além dos valores recebidos por esses acompanhantes.
"Nesse contexto, reforçam-se as evidências de conexão entre os operadores financeiros do esquema investigado e as viagens por eles realizadas", aponta outro trecho do relatório.
Dessa forma, os investigadores calculam que pessoas físicas e jurídicas relacionadas a Cecília receberam R$ 14.081.937,35 das entidades associativas e de empresas intermediárias a ela relacionadas.