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Brasil

PCC: mulher de Marcola perde mansão de R$ 3 milhões e tem conta confiscada

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TUDO SOBRE assassinado do ex-prefeito.jpg

A Justiça de São Paulo decretou o chamado “perdimento” de uma mansão, avaliada em R$ 3 milhões, que pertence à mulher do traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Cynthia Giglioli Herbas Camacho, 48 anos, a “primeira-dama do PCC”, também foi alvo de ordem de confisco de R$ 479 mil em duas de suas contas bancárias, conforme decisão judicial.

Há tratativas para que a mansão e os valores apreendidos sejam revertidos em recursos para o Fundo de Investimento em Segurança Pública (Fisp). Dessa forma, o dinheiro da esposa de Marcola será usado para abastecer a polícia justamente no combate ao PCC e a outras organizações criminosas.

Em novembro de 2024, Cynthia e Marcola foram condenados, pela 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), pelo crime de lavagem de dinheiro. Ela pegou 4 anos de prisão em regime aberto. O chefe do PCC, cujas penas já somavam mais de 300 anos, foi punido em 6 anos e 4 meses em regime fechado.

Localizado em um condomínio de luxo em Carapicuíba, na Região Metropolitana, o imóvel confiscado foi comprado em dinheiro. Os sogros de Marcola, Marivaldo da Silva Sobrinho e Maria do Carmo Giglioli da Silva, também foram condenados a 3 anos de prisão por atuarem como “laranjas” na transação.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os dois também usaram um salão de beleza em nome de Cynthia para esconder a origem do dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Parte da grana que será revertida ao Fisp foi confiscada da conta bancária do salão Diva’s Hair, que fica em São Paulo.

O confisco da casa e a apreensão do dinheiro estão previstos no artigo 7º da Lei nº 9.613/98, que determina “a perda, em favor da União – e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual –, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei”. Um decreto elaborado pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e publicado pelo governador Tarcísio de Freitas viabilizou o direcionamento desses recursos para ações das polícias Civil e Militar.

A propriedade avaliada em R$ 3 milhões foi comprada, segundo o Ministério Público, por R$ 1,1 milhão em dinheiro por Marcola e pela esposa. A residência fica na quadra A do condomínio Alphaville Granja Viana, com acesso pela rodovia Raposo Tavares. Alguns lotes vazios no local estão à venda por valores entre R$ 1,3 milhão e R$ 1,9 milhão. Mansões já construídas na área custam até R$ 5 milhões, ocupando de 500m² a 760m² de área.

O condomínio foi construído para superar o Alphaville de Barueri (SP), a 18 quilômetros de Carapicuíba. Entre as comodidades oferecidas, estão salão de festas, academia completa, salão de beleza, piscinas, playground, quadras de tênis e poliesportiva, campos de futebol e espaços para atividades ao ar livre, áreas verdes, praças e espaços de convivência. Os moradores também contam com portarias 24 horas, monitoramento por câmeras e sistemas de segurança avançados, trilhas ecológicas, lagos e bosques.

Além do salão de beleza, Cynthia tem em seu nome um veículo Audi Q3 2.0 TFSI ano 2024 e uma dívida com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional no valor de R$ 23,6 mil.

Marcola e Cynthia se casaram em 2007, dentro do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, em São Paulo, após sete anos de namoro. Durante a cerimônia, o casal sequer ficou de mãos dadas, uma vez que toques e contato íntimo são proibidos pelo Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

Um vidro reforçado separou os noivos e o “sim” foi dito por meio de um interfone. Também não houve o beijo que sela a união. O casamento teve uma hora de duração. O casal tem três filhos.

Em 2022, conversas entre Marcola e a esposa no parlatório do presídio em que o líder do PCC cumpria pena vazaram na imprensa. Nos diálogos, eles falavam do roubo de um celular de Cynthia e da censura imposta pelo presídio sobre a correspondência do casal.

“Roubaram o celular e transferiram dinheiro”, conta Cynthia ao marido. “Foi aonde isso aí?”, pergunta Marcola. “Na Marginal. Via expressa. Era trânsito, parou. Tomei um susto tão grande. Demorei uns segundos pra voltar ao normal. Aí devolveram porque viram meu nome. Que era seu nome. Cynthia Willians Herbas Camacho. Mandaram entregar lá no salão. Devolveram o celular e o dinheiro do Pix”, relatou a primeira-dama do PCC. “Porra, eu não acredito. Mas você sabe que ali, exatamente na Marginal, tem… Eu sou muito conhecido”, lembra Marcola.

Sobre a censura no presídio, o chefão da facção paulista perguntou à esposa se ela havia mandado carta e fotos pela correspondência. “Você mandou?”, questiona. “Mandei, lógico. Então, está parado na censura. Eu não escrevo mais nem putaria porque não entra. Pode ser que tenha sido bloqueada [a carta e as fotos]”, diz Cynthia.

Marcola cumpre pena de mais de 300 anos de prisão na Penitenciária Federal de Brasília. Ele foi detido em 1999 e condenado pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas, roubo a banco, roubo à mão armada e formação de quadrilha.

 

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