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Segurança

Polícia já identificou histórico de 78 dos “117 narcoterroristas neutralizados”

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi  | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi (foto), afirmou nesta sexta-feira, 31, que 117 “narcoterroristas” foram neutralizados na megaoperação de combate à expansão territorial do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, deflagrada na terça (28). A informação é do O Antagonista.

Desses 117, pelo menos 78 mortos tinham acusações de homicídio e tráfico de drogas.

Em entrevista coletiva da Cúpula da Segurança Pública do Rio, o secretário disse que 99 corpos já foram identificados. Ao menos 42 deles contavam com mandados de prisão pendentes.

Dos 113 presos pela polícia na Operação Contenção, 33 são de outros estados e 54 já possuíam anotações criminais.

“[Foram] 180 mandados de busca e apreensão, mais cerca de 100 mandados de prisão, sendo 70 de uma investigação da Divisão de Repressão de Entorpecentes, aqui da Polícia Civil; e mais 30 mandados de prisão da Polícia Civil do Pará.

Então, o objetivo da operação era esse [de cumprir os mandados]. Foi cerca de um ano de investigação, cerca de 60 dias de intenso planejamento, e até que achamos o dia ideal pra fazer a operação, na última terça-feira.

Então, só recapitulando aqui, foram 113 presos, sendo 33 presos de outros estados, 10 adolescentes infratores, sendo que, desse total, 54 possuíam anotações criminais.

É bom ressaltar que todos os presos, até o momento, que a gente tem notícia, tiveram a prisão preventiva decretada na audiência de custódia, ou seja, foram mantidos presos, o que mostra que as prisões realizadas durante a operação foram regulares, todas as prisões dentro da legalidade.

Com relação aos narcoterroristas que foram neutralizados: 117 narcoterroristas neutralizados. Nós temos, até o momento, 99 identificados. Desse total, 42 contavam com mandados de prisão pendentes. Pelo menos 78 apresentavam relevante histórico criminal por vários crimes graves, homicídio, tráfico de drogas, roubos, organização criminosa, entre outros. Esses 78 representam cerca de 80% dos que foram neutralizados; 40 são de outros estados. Até agora, 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 1 da Paraíba, 4 de Goiás, 1 de Mato Grosso e 3 do Espírito Santo.”

Centros de treinamentos do CV

Curi também afirmou que as restrições a operações policiais nas “comunidades” –impostas pelo STF na ADPF 635, a ADPF das Favelas, solicitada pelo PSB– transformaram os complexos cariocas em centros de treinamento do CV.

Com o advento das restrições e limitações às operações policiais, há cinco anos atrás (sic), em junho de 2020, a Polícia Civil fez dois relatórios, que coincidentemente foram subscritos por mim –a época eu era subsecretário operacional da Polícia Civil–, onde nós alertamos que essas restrições implicariam no fortalecimento do crime organizado, no aumento das disputas territoriais, no aumento das barricadas e do raio de abrangência dessas barricadas. Além disso, as favelas se tornariam bases operacionais do crime organizado e se tornariam o local convidativo para que lideranças de outros estados viessem para cá. Nós alertamos, nós avisamos e hoje está aqui o que a constatação disso. Essa constatação de hoje aqui mostra que os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional.

São desses complexos que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para todos os outros estados onde o Comando Vermelho tem atuação, praticamente em todos os estados do Brasil. A investigação e os dados de inteligência comprovam que são nos complexos da Penha e do Alemão que são feitos treinamentos para de tiro, tática de guerrilha, manuseio de armamento, cooptação desses marginais que vêm de fora do estado para serem, entre aspas, formados aqui e depois retornarem aos seus estados de origem para a implementação da cultura da facção nesses estados de origem.

É público e notório o que está acontecendo, por exemplo, na Bahia, no Ceará, no Mato Grosso, no Pará, em Manaus, em várias outras cidades e estados, Brasil afora. Isso até então, há 5 anos atrás, isso não existia ou existia de uma forma muito tímida. Então, essas restrições e limitações às operações tornaram algumas comunidades aqui do Rio de Janeiro, principalmente os grandes complexos de favela, centros de treinamento e de locais de onde partem as decisões para a expansão do Comando Vermelho para todo o país.”

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