Adiada por causa da pandemia de Covid-19, a peça de teatro do narrador Galvão Bueno vai ser lançada nos próximos meses. Chamada de No Palco com Galvão, a montagem vai realizar um sonho de infância do principal nome esportivo da Globo. Ele contará histórias da sua carreira de um jeito diferente.Também soltará a voz e vai falar palavrão, um tabu na TV.
Com uma hora de duração, ela simula Galvão Bueno se preparando para começar uma transmissão ao falar com um coordenador. Após algumas informações iniciais, o profissional de bastidores pede para o narrador improvisar. É quando ele começa a falar diretamente ao público.
Galvão abre o coração logo no início. Ele admite que representar no teatro é um sonho de infância por causa de seus pais, que atuaram no meio artístico durante anos 1940 e 1950. A mãe de Galvão, por exemplo, só parou de trabalhar para cuidar de seus filhos.
"Vocês me conhecem como narrador e apresentador, mas meu sonho mesmo era brilhar num palco como este. Quando criança eu sonhava com isso, trabalhar no teatro, no radioteatro. Pouca gente sabe, mas meu DNA é artístico. Ok, vão dizer que não tenho DNA, que eu tenho pedigree. Não importa, mas eu sou do show, do espetáculo", diz o narrador.
Galvão Bueno também tem origens no esporte por causa do seu pai: "Meu pai, Aldo Viana Galvão Bueno, foi de tudo nos meios de comunicação. Foi comentarista e narrador de futebol, mas no rádio, lá no começo da radiofonia do futebol, quando se amarrava cachorro com linguiça ainda. Ele foi também jornalista, produtor, redator e diretor de programas de rádio e de televisão, como os do Ary Barroso e de Silveira Sampaio".
Galvão canta e vira 'boca suja'
Logo na abertura do show, Galvão Bueno vai soltar a voz. Durante as instruções do coordenador, Galvão pergunta o que ele poderia fazer caso o sinal da "transmissão" caia. "Aí você canta um tango", diz o colega fictício. O narrador se levanta e obedece, para soltar a voz no famoso tango A Media Luz durante dois minutos. A ideia é que a plateia vibre neste momento.
Mais tarde, Galvão vai além. Ele começa a contar histórias da sua carreira e mostra narrações marcantes que fez ao longo dos mais de 40 anos de profissão. De repente, ele conta momentos com o piloto Ayrton Senna (1960-1994) e fala sobre a amizade. A história mais engraçada acontece na Argentina, onde Galvão fala até um palavrão.
"Na Argentina, voltando de uma corrida na Austrália, eu, Reginaldo [Leme] e o Berger [Gehrard Berger, ex-piloto de Fórmula 1] conseguimos pegar o passaporte do Ayrton e, enquanto esperávamos pelo embarque para o Brasil, trocamos a foto do passaporte do Ayrton Senna", começa.
"Aí eu não sei como falar isso... Tem crianças aí na plateia? Tem senhoras? Bem, amigos, chegar é uma coisa, ultrapassar é outra. E eu estou aqui ultrapassando a linha da decência, mas vocês vão me entender. E acho que do alto dos meus 71 anos de idade, eu posso dizer que pegamos uma revista Playboy, com fotos bem ousadas e recortamos uma. Com muito cuidado, colocamos a foto de uma, de uma xoxota sobre a foto do Ayrton. É uma prexeca", brincou o jornalista.
O objetivo é fazer com que a público caia na risada, afinal é Galvão Bueno falando um termo menos polido de maneira aberta. "Na hora de passar pela polícia, entregamos o passaporte fechado pro Ayrton e ele deu pro funcionário argentino, que estava todo sorridente por ver o ídolo da Fórmula 1. Quando ele abriu, levou um susto... Olhava pro Ayrton, olhava pro passaporte. E nós fazíamos gestos pro policial, dizendo que o Ayrton estava louco", conclui.
No fim do trabalho, Galvão Bueno agradece e diz que espera os amigos em outras transmissões na TV. Ainda não se tem uma previsão de estreia dele nos palcos, mas a ideia é viajar o Brasil para apresentá-la em diversos lugares --ao mesmo tempo em que ele conhece seus admiradores. A tendência é que isto ocorra apenas em 2022.
*Notícias da TV
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