RN não cumpre decisão judicial e deixa idoso há dois anos sofrendo com parafusos soltos no corpo

10 de Novembro 2021 - 12h22

Mais um triste caso da realidade caótica que virou marca registrada na saúde pública do RN: um idoso santa-cruzense, com 69 anos de idade, que há seis anos fez uma cirurgia de antroplastia total do quadril, espera, há dois anos, para realizar uma nova operação para substituir a troca de componentes – prótese e parafusos -, que, desgastados, se encontram soltos dentro do seu corpo. A Justiça já determinou a realização do procedimento, mas até o momento a Secretaria de Saúde do Estado não cumpriu a determinação judicial. A denúncia foi feita pelo deputado estadual Tomba Farias (PSDB), nesta quarta-feira, 10, na Assembleia Legislativa.

“Até a presente data, a cirurgia não foi feita, mesmo depois da justiça ter bloqueado o dinheiro para a aquisição das próteses. Mesmo com o material para a cirurgia disponível, há mais de dois meses, o procedimento não foi agendado pelo Estado”, protesta o parlamentar.

O deputado municipalista relata ainda que o médico ortopedista que acompanha o caso, desde agosto de 2019, já havia atestado a necessidade de realizar uma nova cirurgia, já que as próteses estão soltas dentro do corpo do ancião, que agora só se locomove por meio de cadeira de rodas.

Diante do descumprimento da decisão judicial, a situação do idoso se agravou, já que a movimentação das próteses e parafusos causam a compressão de vasos e órgãos, provocando esquemia na extremidade do membro inferior, que “pode provocar necrose e amputação do membro do ancião”.

De acordo com Tomba, as suas palavras não se trata de “discurso de ódio”, como taxou recentemente o ex-deputado e hoje secretário de governo, Fernando Mineiro. “Não há ódio. Não falei sequer da morte do senhor José William por falta de atendimento médico, para não parecer oportunista. Esse é mais um caso de um paciente que entrou com ação na justiça, há dinheiro bloqueado para a compra da prótese e até agora o governo não fez sequer a parte dele”, disse. 

E acrescenta: “O povo não aguenta mais sofrer em filas e corredores de hospitais. Nem aguenta também sofrer por cirurgias que não acontecem, por exames e consultas que não são realizados, nem pelas vidas perdidas de amigos e familiares negligenciados pela saúde do Rio Grande do Norte”.

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