Mulher que denunciou ex-BBB Prior por estupro fala sobre a agressão: ‘Muito sangue'
O arquiteto e ex-BBB Felipe Prior foi condenado no dia 8 de julho a seis anos de prisão por estupro - ele pode recorrer em liberdade. Em 2020, Prior participou do programa Big Brother Brasil.
O Fantástico conversou com exclusividade com a mulher que o denunciou pelo crime. Ela conta em detalhes a madrugada de horror que diz nunca mais ter esquecido. (Veja a entrevista completa no vídeo acima)
Atualmente, ela tem 31 anos, e é arquiteta. Na época, tinha 22 e cursava arquitetura numa universidade particular, em São Paulo.
"A gente começou a ter contato por conta de uma colega minha, de sala, que também estudava na Zona Norte, né? Todos nós morávamos na Zona Norte. Ela conversou com ele e sugeriu da gente fazer um esquema de caronas pagas, né? Já que a gente morava todo mundo perto", relata.
O caso ocorreu na madrugada do dia 8 de agosto de 2014, após uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
"Na hora de ir embora, eu cruzei com Prior. Ele, ah, também tô indo, você quer uma carona? Aí falei, tá bom. Essa minha amiga que estava comigo ela também morava na Zona Norte", destaca.
A mulher conta como aconteceu o estupro. "Ele deixou primeiro a minha amiga na casa dela. E quando a gente estava indo sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua. E desafivelou meu cinto, começou a me beijar. E aí ele foi pro banco de trás e me puxou."
“Começou a tirar minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (...) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue”, relembra a vítima.
Após o estupro, segundo ela, Prior viu o sangue e perguntou se ela gostaria de ir ao hospital: “Eu falei que não, que eu só queria ir para minha casa”, contou.
Quando chegou em casa, foi direto para o banheiro. “Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar”. A mãe da vítima decidiu levar a filha par ao hospital.
Lá, foi atendida por uma médica, que atestou o ferimento. Uma laceração de grau 1 – compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina, segundo o prontuário que o Fantástico teve acesso.
“A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe o que, de fato, tinha acontecido. Que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar”, recorda.
‘Sempre vai ser uma ferida aberta’
Segundo a vítima, no dia seguinte, Prior me mandou uma mensagem, perguntando se ela estava bem.
“Falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso”, lamenta.
Mas a história mudou. Anos depois, ela decidiu tocar novamente no assunto, porque queria ajudar outras mulheres vítimas de abuso.
“Eu posso ajudar as outras mulheres a terem coragem de se posicionar. Porque isso precisa parar. Isso precisa parar”, disse. “Infelizmente ela faz parte da minha história. O que eu posso fazer com ela hoje é mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas”, completou.
O caso foi revelado pela Revista Marie Claire em abril de 2020 - depois da saída de prior do BBB. Felipe Prior diz que é inocente e que vai recorrer da decisão.
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