As imagens da guerra da Rússia com a Ucrânia rodam o mundo. O conflito tem deixado o mundo em alerta e desencadeado sérias consequências em nível planetário. Não são só os vizinhos do Leste Europeu, contudo, que guerreiam. Outros 17 países vivem conflitos armados e passam por crises humanitárias e de segurança.
Nações como Síria, Paquistão e Iêmen são alguns exemplos. Nesses locais, há guerras civis, séria desestabilização devido à atuação de grupos como Talibã e Boko Haram e conflitos regionais criando graves crises, mas sem impactos mundiais diretos.
Com base em dados do Conselho de Relações Exteriores, órgão internacional criado em 1921, as guerras ativas no mundo se concentram na África, no Oriente Médio e na Ásia Meridional.
Na sexta-feira (25), o grupo jihadista Houthi, do Iêmen, bombardeou uma refinaria em Jidá, segunda maior cidade da Arábia Saudita, às vésperas da corrida de Fórmula 1 no país. O local ficou completamente destruído.
Os houthis se rebelaram em 2015 e tomaram o governo, provocando uma guerra civil que ainda continua. Eles são apoiados pelo Irã, uma nação de maioria xiita, e controlam parte do território. Os sauditas, de maioria sunita, apoiam a insurgência, para não deixar os rivais ganharem ainda mais força na região.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, cerca de 233 mil pessoas morreram desde o começo do conflito.
Síria
Na história recente, uma das guerras mais emblemáticas ocorre na Síria. Lá, o conflito civil armado teve início em 2011, depois que o governo do presidente Bashar al Assad reprimiu violentamente uma série de manifestações, inclusive com uso de armas químicas.
Quatro facções alimentam o conflito: os fiéis a Assad, uma série de grupos de oposição, forças curdas e o Estado Islâmico. Ao todo, 5,6 milhões fugiram da guerra civil no país.
Nações como a República Centro-Africana e a Líbia também vivem conflitos internos há mais de uma década e enfrentam severas crises humanitárias.
Veja a situação dos países com conflitos ativos:
- Turquia – Conflito armados com curdos
- Síria – Guerra civil
- Azerbaijão – Conflito Nagorno Karabakh
- Paquistão – Militância islamita
- Afeganistão – Atuação do Talibã
- Índia – Conflito com o Paquistão na Caxemira
- Myanmar – Crise dos Rohingya
- Iêmen -Guerra civil
- Líbia – Guerra civil
- Somália – Conflito militar-civil
- Etiópia – Conflito Tigray
- Sudão do Sul – Guerra civil
- República Centro-Africana – Conflito armado
- República Democrática do Congo – Conflito armado
- Moçambique – Terrorismo interno em Cabo Delgado
- Nigéria – Boko Haram
- Mali – Conflito armado civil
Possíveis conflitos
O desgaste de relações internacionais ou até mesmo a cobiça por territórios tornam iminentes novos conflitos. Após a invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, outra situação voltou aos radares: China e Taiwan.
Taiwan, apoiado pelos Estados Unidos, se considera um Estado soberano, mas não é reconhecido pela ONU e pelas principais organizações internacionais. Mesmo assim, mantém relações diplomáticas com 26 países. A China considera Taiwan uma província rebelde e tem mantido o status quo sem alteração nos últimos, mas paira sempre sobre a região a expectativa sobre quando os chineses decidirão que é hora de reconquistar os vizinhos.
Segundo o Pentágono norte-americano, o governo chinês pretende invadir a ilha até 2025. O órgão defende que a China tem, em relação a Taiwan, o mesmo entendimento que a Rússia sobre regiões separatistas na Ucrânia, como Crimeia e Donbass.
Os Estados Unidos classificaram como “preocupante” a aproximação entre a Rússia e a China. O posicionamento ocorre após rumores de que Pequim estaria ajudando Moscou na guerra contra a Ucrânia.
Guerra na Ucrânia
Passado pouco mais de um mês do início do conflito na Ucrânia, os dois países ainda não entraram em consenso. Representantes dos governos russo e ucraniano reclamam da estagnação na negociação do acordo de cessar-fogo.
Militares russos confirmaram que o Exército reorganizou a estratégia militar de ataques na Ucrânia para focar na região de Donbass, no leste do país, que é separatista pró-Rússia.
O mundo está preocupado com os efeitos do conflito no petróleo, na oferta de comida e no abastecimento energético europeu.
Após reuniões da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo —, o consenso foi de que é preciso agir para minimizar os efeitos inevitáveis do conflito.
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