Um pai que tentava tirar os filhos adolescentes da frente de computadores e celulares cortou a internet de duas cidades na costa do Atlântico, na França. O responsável usou um bloqueador de sinal proibido no país e acabou por interromper o serviço em dois municípios.
A identidade do pai não foi revelada. De acordo com a Agência Nacional de Frequências (ANFR, na sigla em francês), um inquérito identificou o uso ilegal de um aparelho conhecido como jammer para bloquear o sinal de internet.
A investigação começou a partir do alerta emitido por uma operadora de telefonia móvel. A empresa avisou que uma de suas antenas não funcionava mais à noite na cidade de Messanges, geralmente entre meia-noite e 3h. A interrupção também afetada partes do município de Moliets-et-Maa.
Para resolver o problema, um técnico da ANFR foi enviado ao local com uma viatura de laboratório totalmente equipada. O profissional também fez incursões a pé, com um receptor portátil, e conseguiu identificar uma casa de onde os distúrbios vinham.
Após um interrogatório, o pai admitiu que estava usando bloqueador de ondas multibanda, capaz de neutralizar a telefonia móvel, mas também o wifi. O responsável assumiu ter adquirido o aparelho para privar seus filhos da internet à noite e impedi-los de consultar as redes sociais, nas quais eram viciados.
“Uma solução radical, mas sobretudo ilegal. O equipamento não borrou apenas o interior de sua casa. Ele interrompeu seriamente toda a telefonia e internet móvel na área ao redor de sua casa, privando não apenas seus filhos, mas também seus vizinhos, os habitantes de seu município e o município vizinho de uma boa conexão móvel”, diz uma nota publicada no site da ANFR.
Dois dias depois da abordagem, a operadora de telefonia confirmou com que a noite havia finalmente passado sem qualquer interrupção em sua rede. O pai, no entanto, enfrenta processos judiciais pela posse e utilização ilícitas do bloqueador de ondas.
De acordo com a ANFR, os dois crimes podem resultar em penas de até 6 meses de prisão e multa de 30 mil euros.
O Globo
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