RN apresenta crescimento "a longo prazo" de casos de Covid

31 de Maio 2022 - 07h26

No último boletim epidemiológico divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quinta-feira (26), que levou em conta a o período entre os dias 15 e 21 de maio, quase 48% dos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram decorrentes da Covid-19. Na semana anterior (8 a 14 de maio), 41,8% dos casos eram decorrentes do coronavírus. O Rio Grande do Norte é um dos 18 estados a apresentar um crescimento da síndrome a longo prazo.

Entre os dias 1º e 7 de maio, o vírus causador da Covid era responsável por 37% dos casos de síndrome respiratória.

Apesar da alta, o infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), diz considerar que esse aumento não é um impacto significativo no combate ao coronavírus, por conta da sazonalidade do vírus somado à flexibilização das medidas de restrição.

“O período de outono-inverno é uma época mais propícia para transmissão de doenças respiratórias. Fora isso, o aumento de casos soma-se à flexibilização das medidas contra a Covid. As pessoas deixaram de usar máscaras, não seguem orientações de distanciamento físico ou higiene das mãos”, afirma.

Segundo o pesquisador, é importante avaliar se esses números subiram de uma maneira significativa e principalmente de uma forma sustentada, ou seja, semana por semana.

“Aí sim acende um alerta, mas o momento do país é mais favorável diante da vacinação da Covid-19”, avaliou.

A Fiocruz já havia sinalizado uma curva de aumento a logo prazo que considera o período de elevação de um mês e meio, bem como o monitoramento a curto prazo –últimas três semanas.

A Fiocruz utiliza diferentes critérios para classificar o cenário de risco da SRAG a níveis pré-epidêmico, epidêmico, alto, muito alto e extremamente alto.

Dos 27 estados brasileiros, 18 mostraram crescimento a longo prazo, ou seja, nas seis semanas anteriores, segundo o boletim InfoGripe. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Nesse sentido, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram indicadores maiores em relação ao resto do país no período analisado.

No levantamento, chamam atenção os municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, que apresentaram na semana avaliada um nível muito alto de casos de SRAG com base na média móvel das últimas três semanas epidemiológicas.

De acordo com o infectologista, os aumentos de casos nas semanas epidemiológicas podem ocorrer com frequência por diversos motivos.

“Primeiro pelo comportamento epidemiológico do vírus, como a transmissibilidade. Segundo, pela capacidade de alguns laboratórios de processarem exames e, com isso, acabam fornecendo dados bem retroativos. Ou até mesmo dificuldade de informação por algumas Secretarias de Saúde sobre esses dados”, afirmou Reis.

É importante destacar que os casos de SRAG avaliados pela Fiocruz não envolvem apenas o coronavírus, causador da Covid, mas também os vírus da Influenza A e B e vírus sincicial respiratório (VSR).

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