Um levantamento feito por advogados da Câmara dos Deputados aponta que a maior parte dos inquéritos e processos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares da Casa envolve deputados alinhados à direita. Segundo os dados, 83% das ações miram esse grupo político. A informação é da Gazeta do Povo.
Ao todo, 34 deputados são alvos de investigações ou ações penais. Desse total, 26 são identificados como parlamentares de direita, cinco de esquerda e três de centro.
O estudo também indica que as redes sociais são o principal foco das apurações. Das 61 ações em andamento, 46 estão relacionadas a publicações na internet. Entre esses casos, 40 envolvem deputados de direita.
No recorte partidário, o Partido Liberal (PL) concentra 64% dos processos. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) possui apenas um parlamentar envolvido em ação no STF, segundo o levantamento.
Dos nove parlamentares que enfrentam ações penais no Supremo atualmente, oito são classificados como oposição ao governo federal.
O relatório foi elaborado por advogados da Câmara em colaboração com os gabinetes dos deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Marcel van Hattem (Novo-RS).
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é o parlamentar com o maior número de processos e investigações em andamento. Ele responde a uma ação penal relacionada a publicações contra a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e é investigado em outros três procedimentos, além de três queixas-crimes aguardando análise.
Outros parlamentares de direita com múltiplos processos incluem Carla Zambelli (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Ricardo Salles (PL-SP), General Pazuello (PL-RJ) e João Carlos Bacelar (PL-BA).
Entre os deputados que não integram o PL, Otoni de Paula (MDB-RJ) responde a uma ação penal, enquanto Luiz Lima (Novo-RJ) é investigado por críticas ao ministro Alexandre de Moraes.
No campo da esquerda, André Janones (Avante-MG) é o único com mais de um processo ou investigação no STF. Ele é alvo de ação penal e confessou a prática de “rachadinha” durante seu mandato, firmando acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para ressarcimento de R$ 131,5 mil.
Outros parlamentares da esquerda mencionados no levantamento incluem Gleisi Hoffmann (PT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP), todos investigados ou denunciados por diferentes motivos.
O levantamento considera apenas processos e inquéritos públicos, não incluindo procedimentos em sigilo.
