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Política

Bolsonaro avalia acionar Casa Branca contra tarifaço de Trump

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia entrar em negociação direta com a Casa Branca para tentar reverter o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil.

A informação é do blog do Caio Junqueira, da CNN. Segundo seus interlocutores, essa sugestão chegou a Bolsonaro e é vista como uma forma de neutralizar o discurso da esquerda brasileira, que atribui o tarifaço à atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra o STF (Supremo Tribunal Federal).

Até esta quinta-feira (10), a avaliação entre aliados de Bolsonaro era de que o episódio tem prejudicado a direita, já que mobilizou a militância do PT dentro de uma lógica de “nós contra eles” e de defesa da soberania nacional — uma pauta na qual o petismo atua com eficácia —, além de ter fornecido à esquerda um discurso consistente de que Bolsonaro tem responsabilidade no tarifaço.

Além disso, o episódio suspendeu o avanço de outros temas que vinham sendo impulsionados pelo bolsonarismo, em meio à recente disputa entre o Executivo e o Legislativo. Um exemplo é o projeto de anistia aos investigados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023.

A entrada de Bolsonaro, portanto, seria uma tentativa de impedir que se cristalize na opinião pública a percepção de que o tarifaço e seus efeitos decorrem exclusivamente da articulação de Eduardo Bolsonaro. Isso se daria, por exemplo, por meio de um telefonema intermediado pelo próprio deputado licenciado.

A ideia seria demonstrar força e liderança política, contrapondo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e expondo uma suposta incapacidade do atual chefe do Executivo de negociar com a Casa Branca para resolver a questão.

Aliados de Bolsonaro alegam que o tarifaço foi provocado por um imobilismo deliberado do Palácio do Planalto e do Itamaraty, justamente para que a medida se concretizasse e reforçasse o discurso da esquerda e de um governo que enfrenta alta impopularidade.

Contudo, apontam como ponto crucial para a adoção do tarifaço o encontro da Cúpula do Brics no Brasil. O próprio Bolsonaro relatou a aliados que Trump teria interpretado o movimento como uma afronta aos Estados Unidos, destacando que o Brasil é o único país da América a participar do bloco — o que também serviria para reforçar interesses da Venezuela, um tema sensível para Trump.

Há, porém, riscos nessa operação. O principal é que ela não surta o efeito desejado e que Trump mantenha a decisão, o que acabaria reforçando, e não contestando, o discurso da esquerda.

Outro risco é que Bolsonaro se torne alvo do STF, especialmente se o desfecho for a revisão do tarifaço acompanhada da aplicação de sanções administrativas a autoridades brasileiras — o que já vem sendo cogitado no contexto do processo em andamento contra ele na Corte.

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