Uma megaoperação policial realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, revelou a extensa estrutura de proteção do líder do Comando Vermelho (CV). Aproximadamente 70 homens faziam a segurança de Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca, que conseguiu escapar durante a ação realizada na terça-feira (28).
A notícia é de Leandro Stoliar, da CNN Brasil e foi divulgada no programa CNN Novo Dia. "Para se ter uma ideia da importância do Doca, uma fonte da polícia disse que pelo menos 70 criminosos faziam a segurança dele no momento da operação", disse Stoliar.
A operação, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, resultou na morte de ao menos 64 pessoas. Apesar da magnitude da ação, o principal alvo, Doca, não foi capturado.
O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 100 mil por informações sobre seu paradeiro. "É o mesmo valor oferecido por informações do paradeiro do Fernandinho Beira-Mar quando ele fugiu para a Colômbia.
Esquema de proteção e treinamento
Durante a operação, a polícia tentou cumprir 100 mandados de prisão. Entre os principais alvos estavam Carlos da Costa Neves (Gadernau), Juan Breno Malta Ramos Rodrigues (BMW) e Edgar Alves de Andrade, de 50 anos, conhecido como Doca da Penha ou Urso, apurou Stoliar.
"Esses traficantes recebem treinamento de guerrilha, então para chegar no principal alvo da operação precisa passar por várias barreiras de criminosos que defendem o chefe da facção", afirma o analista convidado.
A operação foi planejada de um dia para o outro, diferentemente da ação realizada em 2010 no Complexo do Alemão, que contou com planejamento extenso e apoio das Forças Armadas. O efeito surpresa pode ter contribuído para o alto número de confrontos.