Vídeos com informações sobre “tratamento precoce” e contra a vacinação, esses foram os temas da maioria do conteúdo excluído de canais de direita no YouTube em 2021. Ao todo, a plataforma deletou 233 publicações. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), lidera em número de remoções.
O segundo canal com mais vídeos fora do ar é o do deputado estadual e médico oftalmologista Albert Dickson (Pros-RN). Dickson costuma promover o tratamento precoce. Uma reportagem da BBC News Brasil mostrou que o parlamentar chegou a distribuir receitas on-line para a compra dos medicamentos.
Em todas as suas 12 publicações apagadas havia informações não verdadeiras sobre a doença. Apesar das sanções já recebidas, outras postagens com o mesmo conteúdo ainda continuam no ar. É o caso da live intitulada “Dutasterida, bromexina ou ivermectina, qual a melhor?”. Na ocasião, o político dá a quantidade de medicamentos que supostamente fariam “evitar pegar a Covid” para mulheres, homens e até mesmo crianças.
Com o maior índice de exclusão, ao todo, o chefe do Executivo federal teve 34 gravações retiradas — 33 delas por exibir conteúdo sobre a pandemia. O levantamento de vídeos removidos foi realizado pelo cientista de dados da empresa de análise Novelo, Guilherme Felitti, que vem mapeando as exclusões feitas em canais de extrema direita no país.