O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou os senadores que derrubaram a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem ainda na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, nesta quarta-feira (24).
A noticia é do portal CNN. "Vocês são reféns de desinformação e engodo. Optaram em manter os poderes ilimitados da burocracia não eleita, por puro medo politiqueiro", afirmou o parlamentar, em publicação no X na noite desta quarta-feira (24).
A PEC da Blindagem foi rejeitada por unanimidade pela CCJ. Mesmo nomes do PL na comissão - Carlos Portinho (PL), Jorge Seif (SC), Magno Malta (ES) e Rogério Marinho (RN), que é líder da oposição na Casa - apresentaram votos contrários ao texto.
Aprovado pela Câmara, o texto rejeitado da PEC da Blindagem visa estabelecer um aval do Legislativo — e em votação secreta — para a abertura de processos judiciais contra parlamentares e estender o foro privilegiado a presidentes de partido.
Na mesma postagem, Eduardo também mirou contra governadores. "Os senadores e governadores que impediram a criação das garantias mínimas contra o regime de exceção são serviçais complacentes dos tiranos", declarou.
Governadores de direita - alguns, publicamente pré-candidatos à Presidência, assim como também o é Eduardo - igualmente manifestaram críticas ao texto, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) - "nasceu para ser um remédio [...] e se transformou em outra coisa" -, Romeu Zema (Novo-MG) - "a PEC foi criada para cobrir coisas erradas" -, Ratinho Junior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) - "convite para o crime organizado entrar no Congresso".
A PEC avançou na Câmara em paralelo à urgência para o PL (Projeto de Lei) da Anistia, com apoio de partidos do centrão a ambos, em meio às insatisfações de deputados com a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre emendas parlamentares e processos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — recentemente condenado por golpe de Estado.
Toda a bancada do PL na Câmara presente durante a votação em Plenário na semana passada votou favoravelmente ao texto, que foi alvo de manifestações da esquerda neste final de semana, que levou mais de 40 mil pessoas às ruas contra a "blindagem" e a anistia em São Paulo e no Rio de Janeiro, em cada capital.
Para Eduardo, a PEC em questão "tentava criar mecanismos de proteção contra o regime de exceção implementado por um Judiciário corrupto e aparelhado".
Eduardo está nos Estados Unidos desde o começo do ano, atuando junto ao comentarista político Paulo Figueiredo para sensibilizar o governo de Donald Trump, especialmente via Departamento de Estado, para a aplicação de sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo que levou seu pai à condenação por golpe de Estado.