Durante a votação desta quarta-feira (17) sobre o PL da Dosimetria na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, parlamentares da base reagiram a uma sugestão dada pelo líder do governo, Jaques Wagner (PT), para apoiar a proposta do projeto que reduz penas de condenados pelo 8 de Janeiro, sob a justificativa de que haveria um veto presidencial. A informação é da CNN Brasil.
Segundo relatos dados à CNN Brasil, Wagner teria justificado dizendo que a eventual rejeição do projeto geraria um risco de que o Senado votasse contra os projetos de incentivos tributários que foram aprovados na Câmara nesta terça-feira (16). Jaques Wagner estava na reunião ministerial convocada por Lula e, portanto, a desconfiança é de que o presidente possa ter dado aval para a negociação.
Após a conversa reservada com Jaques, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou durante a sessão que houve uma reunião a portas fechadas para discutir o assunto.
"Há pouco, veio aqui o líder do governo no Senado Federal dizer a mim que concordava em deixar votar a matéria porque queria votar o PL que queria tratar das alíquotas de bets e de fintechs. Eu não concordo com isso. Isso é uma farsa, e eu não concordo com isso", afirmou.
A matéria deve ser votada ainda nesta quarta, após um pedido de vista de quatro horas. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) deixou a decisão a cargo do presidente da CCJ, segundo aliados, com total autonomia para conduzir os trabalhos. O compromisso de Davi com a Câmara dos Deputados é de votar a proposta ainda em 2025.
A CNN Brasil acionou a assessoria da ministra Gleisi Hoffmann (PT) para entender se o acordo foi combinado com a articulação política do Planalto, mas não obteve resposta. Jaques Wagner também foi procurado, mas não respondeu. A reportagem já havia antecipado que o presidente Lula vetará o PL da Dosimetria, caso aprovado no Congresso.