Em meio ao impasse para aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (17) que, caso o pacto seja adiado, o Brasil não voltará a negociar um novo acordo nos mesmos termos. Segundo o petista, ele chegou a alterar a data de uma reunião do Mercosul para atender ao bloco europeu, mas o dilema da França e Itália atrapalha o andamento do acordo. A informação é do portal R7.
“Reunião do Mercosul era para ser no dia 2 de dezembro, eu mudei para o dia 20 de dezembro porque a União Europeia pediu, porque ela só conseguiria aprovar o acordo com o Mercosul no dia 19. Agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar. Tá difícil porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos e eu já avisei para eles, se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, disse.
Em setembro, o acordo entre os blocos foi validado pela União Europeia. Porém, o avanço da proposta ainda depende da aprovação dos países-membros para implementação, que sofre resistência da Itália e da França.
O entrave vem, principalmente, de setores agrícolas europeus e condicionantes ambientais. Na França, por exemplo, setores agrícolas têm classificado o acordo como “inaceitável” por temer uma concorrência desleal com produtos sul-americanos.
Os franceses criticam a diferença de padrões ambientais e sanitários, alegando que a importação de mercadorias que não têm as mesmas regras impostas aos produtos europeus geraria uma competição desigual.
Assim como a França, a Itália aponta que a assinatura do acordo seria “prematura”, justificando o impasse pela necessidade de proteger os agricultores locais.