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Cidades

Idosos perdem gratuidade em 38 cidades do RN com avanço do transporte clandestino

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O avanço do transporte clandestino no Rio Grande do Norte já provoca um efeito social crítico: a perda de direitos para milhares de usuários que dependem da gratuidade no transporte intermunicipal, principalmente os idosos. A informação é do presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), Eudo Laranjeiras. Segundo ele, a presença massiva de veículos irregulares — carros, vans e táxis não credenciados — tem levado empresas tradicionais a abandonarem linhas, deixando populações inteiras sem acesso ao serviço público regular.

De acordo com Laranjeiras, 38 municípios potiguares já perderam linhas, o que atinge diretamente idosos, estudantes e outros grupos que possuem benefícios garantidos por lei, mas que só se aplicam ao transporte regulamentado.

“São 251 mil pessoas aproximadamente, desses municípios. Eles perderam o direito das suas gratuidades”, afirmou Eudo, em entrevista à rádio Jovem Pan News Natal nesta terça-feira 18. Sem o serviço regular, a população passa a depender exclusivamente de clandestinos, que não são obrigados a oferecer gratuidade, nem meia-passagem.

O problema se agrava porque, ao mesmo tempo em que toma o passageiro pagante do sistema, a clandestinidade deixa para as empresas a maior parcela do usuário gratuito — o que torna a operação inviável. 

O presidente da Fetronor afirmou que empresas com décadas de atuação atravessam uma crise sem precedentes. “A gente tem empresas de 60, 70 anos em recuperação judicial”, disse. A redução da demanda e o avanço dos irregulares levaram a um encolhimento histórico do setor: “Nós já tivemos, no Estado, mais de 400 ônibus rodoviários. Hoje, nós estamos com 120”.

Laranjeiras relatou casos em que o fim de uma linha regular provocou aumentos imediatos no preço cobrado por clandestinos. Em Extremoz, por exemplo, a tarifa cobrada por uma empresa era de R$ 5. Após a interrupção, o valor disparou. 

Além disso, clandestinos não transportam gratuidades nem descontos obrigatórios. O resultado é que estudantes, idosos e pessoas com deficiência passam a pagar integralmente pelo deslocamento — quando conseguem transporte.

“Nós precisamos que o Estado seja mais forte e que dê as diretrizes do transporte. Faça um transporte público”, afirmou Laranjeiras.

Concorrência desleal e falta de fiscalizaçãoO presidente da Fetronor atribui o colapso do setor à ausência de fiscalização e ao avanço indiscriminado de veículos irregulares de todas as modalidades. “A gente fica, na realidade, competindo deslealmente. Eu tenho imposto para pagar, eles não têm”, declarou. Segundo ele, o Estado deixa de arrecadar milhões ao não cobrar taxas previstas. “Fazendo uma conta por baixo, dá para perto de R$ 4 milhões por mês”.

Ele também apontou o impacto negativo dos chamados “moto-ubers”, os motociclistas por aplicativo que, além de operar sem regulamentação, oferecem risco elevado aos usuários. Com informações de Agora RN.

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