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Política

Lewandowski demite PF que matou 1 e feriu 3 durante “surto psicótico”

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu nesta quarta-feira (16/4) o agente da Polícia Federal Ronaldo Massuia Silva (foto principal), que aguarda julgamento por matar uma pessoa e ferir outras três em um posto de combustíveis em Curitiba (PR). Massuia disparou 15 tiros e, em sua defesa, alegou ter sofrido um “surto psicótico” após um desentendimento no local. A matéria é de Petrônio Viana do Metrópoles.

O crime ocorreu em maio de 2022, dentro da loja de conveniência de um posto no bairro Cristo Rei. O fotógrafo André Munir Fritoli, de 32 anos, estava no local com a namorada. Ele foi baleado três vezes e morreu no local.

Antes de abrir fogo na loja, o agente Ronaldo Massuia chegou ao posto em um carro da Polícia Federal. Ele havia saído de uma “balada”, onde teria se envolvido em uma confusão com outro frequentador. Testemunhas afirmaram que o policial chegou ao local apresentando sinais de embriaguez e se dirigiu de forma agressiva a um segurança.

As câmeras de segurança do estabelecimento registraram o momento em que Massuia discute com outras pessoas que estavam na loja e saca uma arma. O vídeo mostra o agente atirando à queima-roupa nas vítimas, inclusive em algumas que já estavam no chão. Em seguida, ele sai da loja e dispara em direção a outros clientes do posto.

Após os disparos, Massuia sentou-se em uma mureta do posto e foi preso pela Polícia Militar. À PM ele afirmou ter agido em “legítima defesa”. “De alguma forma, no princípio das coisas, eu agi em legítima defesa. Só que, assim, eu estou emocionalmente abalado”, declarou.

O delegado Wallace de Oliveira Brito, que investigou o caso em 2022, disse que Massuia se comportou “como se fosse um terrorista, à caça; ele atirava nos que estavam deitados”.

Denúncia

O policial foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por homicídio triplamente qualificado, sete tentativas de homicídio e ameaça.

Em 2023, a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba decidiu que o agente irá a júri popular, em data ainda não definida. Ele aguarda julgamento no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais (PR).

Na época do crime, Massuia respondia a uma sindicância por negligência ou descumprimento de ordem, além de desrespeito a superior hierárquico. Ele também já havia sido alvo de denúncias do Ministério Público de Santa Catarina por resistência, lesão corporal e desacato.

Ao demitir o agente, o ministro Ricardo Lewandowski levou em consideração os pareceres da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU). A decisão baseou-se no descumprimento do artigo 43 da Lei nº 4.878/65, que prevê punição ao servidor que “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”, “deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulamentos”, “fazer uso indevido da arma que lhe haja sido confiada para o serviço” e “prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial”.

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