A Polícia Civil do Maranhão prendeu, na tarde de quinta-feira (17), Jordélia Matos Araújo, de 36 anos, suspeita de ter envenenado um ovo de Páscoa enviado a uma família em Imperatriz (MA). O doce foi consumido por uma criança de 7 anos, que morreu. A mãe, Miriam Lira, de 36 anos, e a irmã, Evelyn Fernanda, de 14, também comeram o chocolate e seguem internadas em estado grave na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz.
Jordélia foi detida dentro de um ônibus interurbano, na cidade de Santa Inês, enquanto tentava deixar a cidade onde mora. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia Regional de Santa Inês com apoio do Centro de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA).
De acordo com a SSP, o crime teria sido motivado por ciúmes e vingança. Jordélia é ex-namorada do atual companheiro de Miriam. Segundo o secretário de Segurança, Maurício Martins, todos os indícios apontam que o ataque foi premeditado. “O ex-marido da suspeita é o atual namorado da vítima. Esse crime tem fortes elementos passionais, envolvendo ciúme e desejo de vingança”, afirmou.
Investigação
A polícia apurou que o ovo de Páscoa foi entregue à família por um motoboy na noite de quarta-feira (16), como se fosse um presente. O doce estava acompanhado de um bilhete: “Com amor, para Miriam Lira. Feliz Páscoa.” Segundo o pai da criança, que é separado da mãe, todos acreditaram que era uma surpresa enviada por algum familiar ou amigo.
As investigações revelaram que Jordélia chegou a Imperatriz no próprio dia 16, se hospedou em um hotel e planejou a ação. Ela teria comprado os chocolates em uma loja da cidade, usando disfarce com óculos escuros e peruca, como mostram imagens de câmeras de segurança.
A polícia também apreendeu com a suspeita duas perucas, notas fiscais, cartões, uma faca de serra, uma tesoura e diversos medicamentos. Ainda não se sabe qual substância foi usada no envenenamento — a toxina está sendo analisada.
Prisão e próximos passos
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, o caso indicava desde o início que o envenenamento havia sido praticado por alguém próximo à vítima. A partir do depoimento do atual namorado de Miriam, a polícia chegou até Jordélia. A identificação do motoboy também foi crucial para a investigação.
“Há elementos contundentes que ligam Jordélia ao crime. Agora, o foco é robustecer as provas e levá-la à Justiça para que responda por esse ato bárbaro”, disse o secretário Maurício Martins.
Um inquérito foi instaurado pela Delegacia de Homicídios de Imperatriz, que segue colhendo depoimentos e reunindo evidências. Jordélia está à disposição da Justiça.