Pesquisa inédita do Ipsos-Ipec mostra que 51% dos brasileiros “discordam totalmente” ou “em parte” da afirmação de que o presidente Lula fez tudo o que podia para evitar o aumento das tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apenas 41% concordam, total ou parcialmente, com essa afirmação. A informação é do O Antagonista.
A rejeição é maior entre homens (55%), pessoas entre 35 e 44 anos (56%), entrevistados com ensino médio (59%) e aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (64%).
Entre eleitores de Jair Bolsonaro em 2022, 81% discordam da atuação de Lula, enquanto entre os eleitores do próprio presidente, 72% concordam que ele fez tudo o possível.
A pesquisa, publicada neste domingo, 10, no jornal O Globo, foi realizada presencialmente com 2 mil pessoas, entre 1º e 5 de agosto, em 132 cidades de todas as regiões do país.
Lula descarta retaliação
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Lula falou sobre a necessidade da “manutenção de empregos”, além de medidas que auxiliem empresas a “procurar novos mercados”.
O petista também descartou a possibilidade de taxar os produtos americanos.“Eu poderia taxar produtos americanos, mas não farei, porque não quero ter o mesmo comportamento [que Donald Trump]”, afirmou.
Brasil vai à OMC contra tarifaço
O Itamaraty divulgou na última quarta-feira, 6, uma nota oficial informando que o Brasil apresentou um pedido de consultas do Brasil aos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o tarifaço de 50% estabelecido pelo governo Trump aos produtos brasileiros.
No documento, o governo questiona as medidas tarifárias aplicadas pelos EUA com base na “Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional (“International Emergency Economic Powers Act” – IEEPA)” e na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana de 1974.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a política adotada pelo governo Trump viola “flagrantemente” os compromissos assumidos pelos EUA na OMC .
As consultas bilaterais representam “a primeira etapa formal no âmbito do sistema de solução de controvérsias” na entidade.
“O governo brasileiro reitera sua disposição para negociação e espera que as consultas contribuam para uma solução para a questão. A data e o local das consultas deverão ser acordados entre as duas partes nas próximas semanas”, diz trecho.