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Esporte

Paralisações de jogos acendem alerta na Fifa de olho na Copa de 2026

Foto: Reuters
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Seis de 56 jogos disputados nesta Copa do Mundo de Clubes foram afetados por paralisações devido ao "alerta de clima severo" nos Estados Unidos. Em alguns casos, como em Benfica x Chelsea, o atraso durou quase duas horas, interferindo no ritmo do confronto e, não à toa, sendo motivo de crítica dos treinadores. A notícia é do GE.

Naturalmente, há de se questionar: e na Copa do Mundo de 2026?

Os Estados Unidos sediarão o próximo Mundial, ao lado de México e Canadá, neste mesmo período do ano. Procuramos a Fifa, portanto, para perguntar de que forma a entidade tem visto as paralisações, e se há uma preocupação ou medidas discutidas para minimizar o número de jogos paralisados em 2026.

Um representante da entidade, em contato com o ge, explicou que no momento as paralisações não são uma preocupação para a Fifa.

Trata-se do cumprimento de uma regra vigente nos Estados Unidos, respeitada não só nesta Copa de Clubes, mas também em jogos da NFL, MLS e grandes shows no país. E a entidade não espera que a política vá mudar.

Ela existe por segurança pública e estava posta desde o início das negociações, com a apresentação da proposta tripla incluindo os EUA como país-sede.

Admite, porém, que o tema pode ser levado em consideração quando a Fifa iniciar o debate sobre o esquema de horários dos jogos para 2026. Na Copa de Clubes, mais da metade ocorre entre 12h e 18h do horário local.

Ao mesmo tempo, justifica que apenas um dos cinco estádios afetados nesta Copa de Clubes será utilizado no Mundial de 2026.

É o MetLife Stadium, em Nova Jersey, no estado de Nova York. Os outros quatro com ocorrências estão em Orlando, Ohio, Charlotte e Nashville, que não receberão jogos das seleções.

As sedes escolhidas para a Copa de 2026, contudo, não estão isentas do risco de paralisação.

As tempestades com raios são mais frequentes no lado leste dos Estados Unidos, explica o professor de ciências do clima na Universidade de Washington, Clifford Mass, por conta do ar úmido que vem do Golfo do México.

Isso significa que das 11 cidades escolhidas no país, oito estão nesta área de maior risco de chuva e raios: Boston, Nova Jersey, Filadélfia, Atlanta, Miami, Kansas City, Dallas e Houston.

Nesta Copa de Clubes, o estádio de Atlanta chegou a transmitir um alerta de raios às 14h38 do dia 19 de junho, mas anunciou a retomada das atividades às 15h13, pouco antes do início da partida entre Inter Miami e Porto, às 16h. É o mesmo utilizado para PSG x Inter Miami e tem um diferencial: um teto retrátil que pode ser fechado para minimizar atrasos.

Na última terça-feira, por exemplo, raios e trovões não atrapalharam o andamento de Borussia Dortmund x Monterrey, último jogo das oitavas de final, também em Atlanta. Afinal, o teto estava fechado, e o estádio, climatizado.

As paralisações atrapalham?

Elas podem ser uma preocupação no caso de partidas que precisam acontecer de forma simultânea, como a última rodada da fase de grupos, em que os jogos ocorrem no mesmo horário porque interferem entre si na classificação. Para o técnico do Chelsea, Enzo Maresca, elas fazem com que os jogos deixem de ser os mesmos.

"Interrompe o ritmo. Os jogadores falam com os familiares, as pessoas começam a correr, eles pegam celular. Isso não é algo que deveria acontecer. É algo novo, difícil de entender. Entendo que seja por fins de segurança, mas se você suspende seis, sete ou oito jogos, talvez este não seja o lugar para fazer a competição", afirmou.

Por que e como as paralisações acontecem?

Nos Estados Unidos há um serviço chamado Nowcasting, que faz a previsão de seis a duas horas de antecedência, identificando o surgimento de condições climáticas extremas que possam evoluir para uma tempestade com raios ou tornados. Uma base acompanha as áreas, captadas por radares, e emite os alertas quando necessário.

Quando o alerta chega ao estádio, há um "unified command", que é uma estrutura de autoridade responsável por responder a incidentes. Formada, neste caso, por representantes do Corpo de Bombeiros, meteorologistas, agentes de segurança da Fifa e do estádio e o diretor da partida, que é quem se comunica com a arbitragem para a ordem de paralisação.

Há um painel em que é possível acompanhar o mapa de raios, e a partida pode ser retomada após 30 minutos desde o último raio identificado em uma distância próxima ao estádio. Quando o alerta é encerrado, os times podem voltar ao campo, e os torcedores são liberados para retomar os lugares nas cadeiras, deixando a área coberta.

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