O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), minimizou nesta quarta-feira, 3, a decisão da federação União Progressista (UPb), formada por União Brasil e Progressistas (PP), de deixar o governo Lula (PT). A federação determinou que os ministros filiados a algum dos partidos e outros integrantes renunciem às funções no Executivo, sob pena de sofrer punições disciplinares. A informação é do O Antagonista.
“Quem quiser sair do governo, que saia do governo, e o governo vai tocar. O presidente Lula vai montar a sua aliança para 2026. O presidente tem que ter liberdade para construir com quem vai apoiar o seu projeto de reeleição”, afirmou Lindbergh nesta quarta, em entrevista a jornalistas no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), em sua visão, “não muda muita coisa o desembarque formal do União Brasil e do PP, se você analisa as votações na Câmara dos Deputados”.
Nunca foi tão fácil ficar bem informado com O Antagonista
“O fato é que uma parte desses partidos já votava como oposição, outra parte vota como governo. Temos que aprofundar o diálogo para continuar mantendo próximo do governo os parlamentares, sobretudo, das regiões onde o presidente está bem posicionado e que sempre deram base ao nosso governo”.
Ele prosseguiu: “O desafio é maior, o governo vai ter que conversar mais, atuar mais, para conseguir tocar o barco até o final, e o povo vai definir na eleição”.
O anúncio da União Progressista
A UPb anunciou na terça-feira o desembarque do governo Lula. “Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento dessa determinação, se dirigentes desta federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no estatuto. Essa decisão representa um gesto de clareza e coerência. É isso que o povo brasileiro e eleitores exigem de seus representantes”, diz comunicado da federação, lido pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, na Câmara dos Deputados.
Agora, a superfederação de partidos do Centrão, que soma 109 deputados federais e 15 senadores – as maiores bancadas das duas Casas -, sete governadores, 1.335 prefeitos, 186 deputados estaduais, quatro distritais e 12.398 vereadores, passará a fazer parte da oposição.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao União Brasil. Já o ministro dos Esportes, André Fufuca, é filiado ao PP.
Na última sexta-feira, 29, Sabino negou que tinha tomado a decisão de deixar o governo Lula. Porém, na quarta-feira, 27, a Executiva Nacional do União Brasil já havia resolvido antecipar o movimento de desembarque da base governista.