Júnior Lins
Os casos de estupro contra mulheres tiveram um amplo crescimento em 2022 no Rio Grande do Norte. Em comparação com o ano passado até o mês de novembro, o aumento foi de 21,9%. A informação foi cedida por Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análise Criminal do RN (Coine) da Secretaria de Segurança do Estado (Sesed).
Os únicos meses de 2021 que tiveram índice superior ao de 2022 foram janeiro, abril e outubro, com variações de 15%, 4% e 12%, respectivamente, superiores ao deste ano. No entanto, nos demais, números de diferenças "gritantes" foram registradas. Março, por exemplo, registrou um acréscimo de 125% nos casos. Até novembro, o Rio Grande do Norte registrou 517 casos no ano passado. Já neste ano, foram 630.
O alerta sobre o crescimento de casos foi feito pelo delegado da Polícia Civil em Macaíba, na Grande Natal, Cidórgeton Pinheiro, durante entrevista na semana passado no programa Metendo a Colher, da 96 FM, apresentado por Silvio Henrique e Sérgio Costa.
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Conforme a delegada Marília, da Delegacia Especializada em Defesa da Mulher (Deam) da zona Norte de Natal, os números são impactantes, mas mostram que o índice de mulheres que denunciam tal circunstância têm aumentado, auxiliando o trabalho da Polícia Civil na identificação dos responsáveis pelos crimes de violência sexual.
"De fato, contamos com um incremento no número de estupros no Rio Grande do Norte e, embora os números não sejam animadores, eles revelam que mais mulheres se encorajaram a denunciar violência sexual sofrida, portanto mais agressores serão investigados e punidos", contou.
Marília ainda explicou como funciona o procedimento de atendimento às mulheres vítimas de estupro e ressaltou a importância da denúncia sobre o caso, para que as autoridades sejam notificadas e tomes as providências sobre a situação.
"A atuação da mulher nesses casos de violência sexual é uma estratégia de extrema relevância. Elas podem fazer isso procurando diretamente uma delegacia de polícia onde serão acolhidas e orientadas. Inclusive, quanto ao encaminhamento para atendimento de saúde e assistência social˜, explicou.
As vítimas de estupro também podem ligar diretamente para o 180, além de procurar diretamente as unidades de saúde. Há uma rede de integração articulada para que as unidades que façam o atendimento notifiquem as forças de segurança nos casos de violência sexual.