O governo Trump anunciou nesta segunda-feira (4), que pode exigir cauções de até R$ 15 mil para alguns vistos de turismo e negócios em um novo programa piloto que será lançado daqui duas semanas, segundo informações da Agência Reuters e publicado pelo Estadão.
O programa visa reduzir o número de visitantes que permanecem nos Estados Unidos após o vencimento de seus vistos. A administração Trump deve aplicar a medida contra visitantes de países que têm altas taxas de permanência além do prazo do visto.
As fianças também podem ser aplicadas a visitantes oriundos de países onde as informações de triagem são consideradas insuficientes para os padrões americanos, segundo o comunicado.
O programa piloto, que entrará em vigor no dia 20 de agosto, deve durar um ano. Em 2020, o governo americano lançou um programa semelhante nos últimos meses do primeiro mandato de Trump, mas a medida não foi totalmente implementada devido às restrições sanitárias por conta da pandemia da Covid-19.
Restrições
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou desde a sua campanha presidencial que o combate à imigração ilegal seria uma das prioridades de seu segundo mandato. Ele aumentou os recursos de segurança de fronteira e iniciou um programa de prisões e deportações de imigrantes ilegais.
Em junho, o presidente americano anunciou um decreto que proíbe a entrada de visitantes de 12 países nos Estados Unidos, como Afeganistão, Mianmar, Chade, Irã e Haiti. Ele também restringiu a emissão de vistos para cidadãos de Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.
Os países foram selecionados com base em fatores como seus processos de triagem dos documentos de viagem de seus cidadãos, taxa de permanência excedente do visto, cooperação histórica com a remoção de seus cidadãos e “presença terrorista”, segundo o comunicado.
Segundo o presidente americano, Washington deve “garantir que aqueles admitidos no país não tenham atitudes hostis em relação aos seus cidadãos, cultura, governo, instituições ou princípios fundadores”.
Grupos de direitos humanos criticaram a proibição por considerá-la excessivamente ampla e com motivações políticas. Segundo o presidente e CEO da Oxfam America, Abby Maxman, o decreto proíbe “a entrada de indivíduos e famílias que fogem de guerras, perseguição e opressão, forçando-os a permanecer em condições perigosas”.
Muitos dos países listados na nova proibição já haviam aparecido em versões anteriores durante o primeiro mandato de Trump, incluindo Irã, Líbia, Somália e Iêmen. No entanto, alguns, como Afeganistão, Haiti e Mianmar, são novos. Mais da metade dos países com proibições de viagens são de maioria muçulmana, e todos são majoritariamente não brancos.
Dos sete países com restrições parciais de viagens, Turcomenistão e Serra Leoa são de maioria muçulmana, e todos são majoritariamente não brancos. Todos os países afetados, exceto três, são classificados pelo Banco Mundial como tendo economias de renda baixa a média-baixa./com NYT