A base do governo Lula conseguiu barrar na CPMI do INSS o depoimento de uma testemunhal que prometia "entregar nomes" de "pessoas grandes envolvidas no esquema". Por 16 votos a 14, a base governista na CPI conseguiu impedir a convocação de Edson Claro Medeiros Júnior, um ex-funcionário de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
Segundo o relator da CPMI, o deputado federal Alfredo Gaspar (assista a fala dele no vídeo acima), Edson disse que estava sendo ameaçado pelo ex-patrão e poderia ser uma peça-chave no processo de investigação da CPMI, inclusive, no que diz respeito as investigações sobre os consignados.
Os parlamentares alinhados ao Planalto argumentaram que Edson não tinha conexão com os fatos investigados. "Prioridade não é uma briga entre o 'Careca' e um empregado dele, onde ele deu um cano no 'Careca' segundo os relatos", afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG).
Segundo relatório enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), Edson procurou a corporação para relatar ameaças de morte feitas pelo ex-patrão. Ele também disse aos policiais que havia risco de que o lobista fugisse para os Estados Unidos.
Usando as declarações do ex-funcionário de Antunes, a PF pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prender o "Careca do INSS". O empresário acabou sendo preso preventivamente em 12 de setembro.
A PF afirma empresas de Antunes recebiam dinheiro das entidades e, depois, repassavam os valores a pessoas ligadas às associações ou a servidores do INSS.