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Política

Banco Master: empresários cobram código de conduta para ministros do STF

Ministros do STF | Foto: Fellipe Sampaio/STF
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O escândalo que levou à liquidação do Banco Master, em novembro, passou a gerar repercussões que vão além do sistema financeiro e chegaram ao centro do Judiciário. Depois da prisão do controlador Daniel Vorcaro por 12 dias, empresários de peso passaram a expressar preocupação com os impactos do caso sobre a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) e a confiança institucional no país. A informação é da Revista Oeste.

O clima de inquietação se intensificou quando vieram a público informações sobre um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o banco e o escritório de advocacia da mulher do ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, surgiram relatos de que o magistrado teria mantido interlocução com o Banco Central a respeito de interesses do Banco Master — versão negada pelo ministro do STF.

Conduta de ministros no centro do debate

Outros episódios ampliaram o mal-estar no meio empresarial, entre eles a atuação do ministro Dias Toffoli, que viajou em avião particular para acompanhar uma partida do Palmeiras no Peru ao lado do advogado de um diretor do Banco Master e, posteriormente, decretou sigilo sobre o caso.

Entre empresários, cresce a avaliação de que comportamentos desse tipo fragilizam a credibilidade do STF e reforçam a percepção de insegurança jurídica — fator visto como um dos principais entraves à atração de investimentos. 

Esse ambiente levou à elaboração de um manifesto, obtido pelo jornal Folha de S.Paulo, que defende a criação de um código de conduta para os ministros da Suprema Corte.

O documento é assinado por nomes como Armínio Fraga (Gávea Investimentos), Eugênio e Salim Mattar (Localiza), Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Luiz Passos (Natura), Jayme Garfinkel (Porto Seguro), José Olympio Pereira (Safra), Marco Stefanini (Stefanini) e Pedro Wongtschowski (Ultra), entre outros.

A Folha de S.Paulo, o ex-presidente do Santander e da Febraban, Fabio Barbosa, afirmou que o problema vai além de regras formais. “Não é só sobre o código de ética, é importante que haja transparência quanto às atitudes dos ministros, para que o STF resgate o respeito e a credibilidade, que vem perdendo, no sociedade”, declarou à Folha de S.Paulo.

Atuação do BC sobre o Banco Master

A atuação do Banco Central (BC) também entrou no debate. Para Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners, “o Banco Central é um órgão técnico, de reconhecida competência, que ao longo de décadas tem resistido bravamente a tentativas de influência indevida”. 

Segundo ele, causa perplexidade que “o órgão guardião da Constituição brasileira esteja criando constrangimentos a burocratas que nada mais fazem do que exercer suas atribuições técnicas”.

O desconforto aumentou depois que Toffoli marcou, para 30 de dezembro, uma acareação entre Daniel Vorcaro, Paulo Henrique Costa (ex-presidente do BRB) e Ailton de Aquino (diretor do Banco Central), mesmo durante o recesso do Judiciário e sem pedido dos investigadores, o que gerou reação interna no BC.

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central, avaliou que a sociedade começa a reagir: “Acho que finalmente a sociedade civil está se mexendo. Os casos recentes são uma afronta ao cargo que estas pessoas ocupam”.

Pressão por responsabilização e efeitos políticos

O ex-banqueiro e fundador do Partido Novo, João Amoêdo, defendeu o afastamento imediato de Moraes. “O ministro Alexandre de Moraes deveria solicitar imediatamente o afastamento do STF e só retornar se comprovar que não tentou interferir no processo de liquidação do Banco Master”, disse, ao citar o contrato de R$ 129 milhões como fator que inverte o ônus da prova.

Na mesma linha, o empresário Luiz Felipe d’Avila alertou para o impacto institucional. “O grau de insegurança jurídica no Brasil hoje é assustador”, afirmou, ressaltando a imprevisibilidade das decisões judiciais.

O presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, defendeu questionamentos públicos ao ministro. “É legítimo perguntar se estruturas privadas de advocacia têm sido usadas, direta ou indiretamente, para influenciar decisões públicas ou proteger interesses específicos”, declarou.

Já o empresário Lawrence Pih avaliou que as críticas a Moraes podem ter reflexos políticos em 2026, ao lembrar o papel do ministro na resposta institucional a ameaças à democracia. Segundo ele, antes de conclusões definitivas, é preciso apurar os vínculos de Daniel Vorcaro com diferentes forças políticas.

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