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Política

Governo Lula prevê saída de ao menos 20 ministros para disputar eleições

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhado dos ministros, Fernando Haddad, Luiz Marinho, durante cerimônia de lançamento do programa “Crédito do Trabalhador” | Foto: Ricardo Stuckert / PR
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Com a proximidade das eleições de 2026, o governo federal deve passar por mudanças significativas em seu quadro ministerial, já que pelo menos 20 dos 38 ministros devem se afastar dos cargos até abril para cumprir a legislação eleitoral. Conforme o site Valor Econômico, as saídas podem resultar na formação de uma equipe com perfil mais técnico, embora isso represente desafios adicionais para a articulação política no Congresso.

Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja iniciar, logo no começo de 2026, encontros com os ministros interessados em disputar cargos eletivos em outubro.

A expectativa no Palácio do Planalto é que as substituições ocorram de forma escalonada, com novos nomes assumindo até o final do mandato. A escolha dos sucessores dependerá da estratégia do presidente. Muitos secretários-executivos devem assumir as pastas.

Substituições e movimentações estratégicas

O atual desenho ministerial já inclui Gustavo Feliciano no Turismo, substituindo Celso Sabino. A eventual saída de Jorge Messias, advogado-geral da União, não entra na conta. Isso porque só ocorrerá caso o Senado dê sinal verde a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que deve ocorrer a partir de fevereiro. Entre os 38 ministérios, a definição dos destinos dos ministros continua em aberto para parte deles.

Entre as movimentações previstas, oito ministros devem concorrer ao Senado, visto como estratégico para o governo. A Casa Legislativa, que em 2026 terá renovação de dois terços, com 54 das 81 cadeiras em disputa, é peça-chave à gestão, pois decide sobre temas como indicações para agências reguladoras e eventuais processos de impeachment de ministros do STF.

Além dessas disputas, cinco ministros planejam concorrer à Câmara dos Deputados. Um dos nomes mais relevantes é o de Gleisi Hoffmann (PT-PR), ministra de Relações Institucionais, que deve deixar o cargo para buscar novo mandato como deputada. Sua vaga ainda não tem substituto definido e a saída impacta a articulação do governo com o Legislativo.

Outros dois ministros avaliam a disputa por governos estaduais. Márcio França (PSB), do Empreendedorismo, pretende concorrer ao governo de São Paulo; enquanto Renan Filho (MDB), dos Transportes, almeja o governo de Alagoas. Já Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social, sairá para atuar diretamente na campanha de Lula. No Planalto, busca-se um perfil capaz de dar visibilidade e continuidade às ações do governo no período eleitoral.

Projeções do governo para a sucessão de nomes de peso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também cogita deixar o cargo. Ele revelou em entrevista ao jornal O Globo ter conversado com Lula sobre a possibilidade de integrar a coordenação da campanha à reeleição, podendo sair já em fevereiro. No PT, Haddad é citado como possível candidato ao Senado ou ao governo paulista, embora Márcio França também seja cotado para disputar o Executivo estadual, o que deve demandar negociações com o PSB.

O chefe da Fazenda é visto como figura central pela proximidade com Lula e relevância eleitoral em São Paulo. Aliados relatam que ele prefere apoiar a reeleição do presidente, mas está disposto a cumprir a orientação de Lula. A candidatura ao Senado é considerada a mais provável, servindo também para preparar Haddad como possível sucessor em 2030, segundo auxiliares do presidente.

As mudanças não se restringem à Fazenda. Dos quatro ministérios que integram a Junta de Execução Orçamentária — Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Gestão —, três devem passar por trocas. Esther Dweck, da Gestão, é a única que não pretende disputar as eleições. Os secretários-executivos Dario Durigan, Gustavo Guimarães e Miriam Belchior são cotados para assumir as respectivas pastas.

Rui Costa, ministro da Casa Civil, deverá se afastar para concorrer ao Senado pela Bahia. A intenção do PT é lançar Rui e renovar o mandato de Jaques Wagner, líder do governo no Senado, o que pode gerar disputas com aliados locais. Simone Tebet (MDB-MS), ministra do Planejamento, avalia transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo e mudar de partido, considerando disputar o Senado pelo PT, mas a decisão ainda depende de conversas com Lula.

Disputas estaduais e arranjos políticos

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), poderá deixar o ministério caso decida concorrer em 2026, mas manteria a Vice-Presidência. O PSB defende a permanência da chapa com Lula, e o presidente tem elogiado Alckmin depois de negociações recentes com os Estados Unidos.

Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avalia candidatura ao Senado por São Paulo, mas ainda discute alianças e cenário partidário. A discussão sobre a composição do governo para o período eleitoral começou ainda no primeiro semestre, antecipando negociações para viabilizar acordos políticos.

Em áreas como infraestrutura, há expectativa de saída de todos os ministros, como Alexandre Silveira (PSD), Minas e Energia, cujo futuro depende da formação do palanque de Lula em Minas Gerais.

*Com informações da Revista Oeste

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