Durante audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta terça-feira (2), a senadora Damares Alves (Republicanos) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes (STF) “tinha que ser preso hoje”. A declaração ocorreu durante o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com informações de Felipe Salgado, do Metrópoles
Tagliaferro acusou Moraes de suposta fraude processual em decisão que autorizou, em agosto de 2022, busca e apreensão contra empresários apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a operação teria sido determinada com base em reportagem do Metrópoles sobre conversas em grupo de WhatsApp, e a fundamentação jurídica só teria sido anexada dias depois, com data retroativa.
Diante dessa acusação, Damares afirmou que “esse magistrado”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, “tinha que ser preso hoje”.
“Aquele julgamento está contaminado, as provas estão contaminadas. Qualquer estudante de direito sabe que tem que interromper aquele julgamento hoje. Pessoas foram acusadas, buscas e apreensões foram feitas, pessoas foram presas com provas falsas, provas forjadas por um magistrado. Esse magistrado tinha que ser preso hoje”.
Damares cobra Barroso e Alcolumbre
A senadora também citou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. “Eu tenho diferenças com o Barroso, mas ele é um jurista sério. Ele teria que interromper esse julgamento hoje. O Brasil precisa ver o que nós estamos vendo aqui. Barroso tem que ter acesso a esse material hoje e tem que tomar uma providência”, disse.
Damares encerrou cobrando reação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). “Que raio de Senado nós somos depois de tudo isso aqui se a gente não fizer nada ainda hoje. Está aqui a minha indignação”, declarou.