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Brasil

Mulher descobre objeto esquecido na barriga por médicos 5 anos após cesárea

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A cabeleireira Tatiane Freitas dos Santos, de 42 anos, passou cinco anos convivendo com dores intensas no abdômen sem imaginar que carregava, dentro do corpo, uma compressa cirúrgica esquecida durante a cesárea do nascimento do seu filho. O procedimento foi realizado em janeiro de 2020 no Hospital da Luz, da rede Amil, em São Paulo. A informação é do g1.

Durante anos, Tatiane buscou explicações para o que sentia. Recebeu diversos diagnósticos — de isquemia intestinal a tumor de gordura — e foi de consulta em consulta, sem que nenhum profissional identificasse o real problema. A compressa, semelhante a uma gaze de cerca de 15 centímetros, foi finalmente descoberta em março de 2025, após exames mais específicos.

As dores começaram ainda no hospital, logo após o parto. Ela reclamava constantemente, mas as enfermeiras diziam que era “normal”. Em casa, sequer conseguia segurar o bebê no colo sem apoio. Por causa das dores, precisou colocar um travesseiro entre ela e o filho para amamentar.

Durante a pandemia de Covid-19, Tatiane adiou a busca por respostas. Mas, a partir de 2022, voltou a se consultar com médicos, sem sucesso. Em 2024, durante uma aula de ioga, sentiu uma dor tão intensa que decidiu insistir na investigação. Um novo ultrassom revelou um “corpo estranho”, e exames posteriores confirmaram a presença da compressa esquecida.

Mesmo com laudos em mãos, ela enfrentou dificuldades para marcar a cirurgia pelo plano de saúde. Tatiane acionou a Justiça, que concedeu liminar autorizando a retirada do objeto em outro hospital. A cirurgia foi feita em março de 2025, mais de cinco anos após o erro médico.

O Hospital da Luz informou, em nota, que solicitou perícia judicial e está à disposição para esclarecimentos. A Amil também declarou que aguarda o andamento do processo na Justiça.

Agora, Tatiane se recupera da cirurgia e aguarda decisão sobre o pedido de indenização por danos morais e materiais. Ela relata que as dores constantes a impediram de viver plenamente a maternidade: “Com dor, preocupada, achando que era algo grave… Eu não fui a mãe que gostaria de ter sido.”

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, casos como esse envolvem responsabilidade solidária entre os profissionais, o hospital e o plano de saúde. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que ações por falhas na prestação de serviços de saúde aumentaram 157% entre 2020 e 2024.

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