Mulher morta é levada para ser velada em acampamento bolsonarista

Imagens que circulam na internet mostram o momento no qual o corpo de uma mulher é velado em um acampamento de bolsonaristas no Paraná. O caso ocorreu na tarde de sexta-feira (23), em Toledo, a 540 km de Curitiba. A mulher de 58 anos teria sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

A cerimônia, que teve direito a um padre, foi postada no TikTok. "A família achou por bem trazer o corpo aqui no acampamento. Família patriota", afirma o homem que filma a cerimônia.

Durante o vídeo, é possível ouvir que um homem que passava a mensagem dizia que o nome dela seria Dona Lourdes, que deixa o marido Sérgio e filhos.

No local da cerimônia improvisada estava acontecendo um ato antidemocrático orquestrado por bolsonaristas, que contestam o resultado das eleições. Os movimentos tiveram início após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Inicialmente, manifestantes que não aceitavam a vitória do petista nas urnas fecharam rodovias e, logo após, passaram a ocupar as portas de quartéis com pedidos de "intervenção federal", além de solicitar que as Forças Armadas "salvem o Brasil".

De acordo com os relatos de perfis de bolsonaristas nas redes sociais, a mulher que estava sendo velada teria passado quase dois meses protestando contra a eleição de Lula, permanecendo no local até o seu último dia.

Durante as imagens é possível ver que o carro da funerária fica parado e está rodeado de pessoas vestidas com camisas e bandeiras do Brasil. Neste momento, o hino nacional também é tocado.

No início de dezembro, também no Paraná, um casal de bolsonaristas se casou em frente a um quartel. A cerimônia de casamento foi realizada em Ponta Grossa, cerca de 116 quilômetros da capital do Paraná.

Em protesto, após a cerimônia, Rodrigo Tramontim, 40, e Jesarela Carvalho, 29, adiaram a lua de mel e passaram 24 horas em frente ao Exército, e que só deixariam o local para tomar banho onde moram.

A página no Instagram, Patriotas Ponta Grossa, afirma que o casal permaneceu dormindo na barraca há mais de 37 dias. "Buscando forças para continuar firmes, esse casal abdicou de sua vida particular para lutar por essa nação", diz a postagem.