A nota do CNU (Concurso Nacional Unificado) 2025 será calculada a partir do desempenho nas áreas de conhecimentos gerais e específicos dos candidatos. O peso de cada uma varia conforme o bloco temático escolhido, o que faz com que determinadas disciplinas tenham impacto maior no resultado final. A informação é da Folha de São Paulo.
As provas objetivas do concurso serão realizadas neste domingo (5).
Bruno Bezerra, professor do Estratégia Concursos, diz que os critérios de corte da prova objetiva também variam conforme o nível do cargo. Para os blocos de nível superior (1 a 7), o candidato precisa acertar pelo menos 36 questões na soma das áreas de conhecimentos gerais e específicos. Ao todo, são 90 perguntas.
Já nos blocos de nível intermediário (8 e 9), é necessário obter no mínimo 28 acertos das 68 questões.
O professor também diz que, mesmo que atinja o corte da prova objetiva, o candidato não pode zerar a redação, que será aplicada em dezembro. "Esse critério elimina automaticamente o concorrente, mesmo que tenha ido bem na parte objetiva", diz Bezerra.
COMO FUNCIONA O CÁLCULO DA NOTA DA PROVA OBJETIVA DO CNU?
Letícia Bastos, professora de língua portuguesa do Gran Concursos, diz que a nota é calculada a partir do desempenho do candidato nas frentes de conhecimentos gerais e específicos.
Segundo a professora, cada acerto é convertido em pontos e depois ponderado dentro do bloco temático escolhido. "A prova não é corrigida apenas por número de acertos, mas sim pela importância que cada grupo de questões tem para o cargo", diz Letícia.
O professor Carlinhos Costa, coordenador das carreiras educacionais do Gran Concursos, acrescenta que o cálculo é diferente para cargos de nível médio e superior, já que a quantidade de questões muda. No nível superior, a prova tem 90 questões —sendo 30 de conhecimentos gerais, que valem um ponto cada, e 60 de específicos, divididos em cinco eixos temáticos com 12 questões cada. Esses eixos têm pesos diferentes, o que faz com que alguns conteúdos tenham maior impacto na nota final. Já no nível médio são 68 questões, mas a lógica de organização e ponderação segue a mesma.
POSSO SER ELIMINADO AUTOMATICAMENTE SE EU TIRAR ZERO EM ALGUMA DISCIPLINA?
A professora do Gran Concursos explica que não há eliminação apenas por zerar uma disciplina específica da parte objetiva. O que elimina o candidato é não atingir o mínimo de acertos estabelecido ou, principalmente, zerar a redação ou a prova discursiva.
Bruno Bezerra diz, no entanto, que zerar uma disciplina não é recomendável. Segundo ele, se o candidato obtiver nota zero em determinada matéria, dificilmente conseguirá acumular pontos suficientes para se classificar entre os que passarão para a etapa das provas discursivas.
"Ou seja, embora não exista corte mínimo por disciplina, é estratégico buscar ao menos alguns acertos em todas as matérias para não comprometer a nota final e as chances de avançar para as fases seguintes", diz o especialista.
COMO É DEFINIDO QUEM SEGUE DA PROVA OBJETIVA PARA A DISCURSIVA?
Apenas os candidatos mais bem classificados na prova objetiva avançam para a fase discursiva. Letícia Bastos diz que o edital prevê que sejam convocados até três vezes o número de vagas em cada cargo ou especialidade, respeitando a ordem decrescente da nota.
Além disso, é nesse momento que entra em cena a política de gênero: se menos de 50% dos aprovados nessa primeira etapa forem mulheres, candidatas adicionais são chamadas até que essa proporção seja atingida.
COMO A NOTA DA PROVA DISCURSIVA INFLUENCIA NO RESULTADO FINAL DO CANDIDATO?
A prova discursiva compõe, junto com a objetiva e, em alguns casos, com a avaliação de títulos, a nota final do candidato. Com isso, a professora diz que um bom desempenho na discursiva pode elevar bastante a posição na classificação, enquanto um desempenho fraco pode derrubar um candidato que foi muito bem na prova objetiva.
"Não basta acertar muitas questões na objetiva; é preciso demonstrar domínio do conteúdo, clareza e capacidade de argumentação na etapa discursiva para garantir a vaga", afirma Letícia Bastos.
COMO SERÁ FEITA A CORREÇÃO DA PROVA DISCURSIVA?
Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, afirma que a prova discursiva do CNU será composta por duas questões, cada uma valendo 22,5 pontos, totalizando 45 pontos.
Para cargos de nível superior, a correção será dividida em dois critérios:
Domínio dos conhecimentos específicos (50% da nota): avalia a capacidade de mobilizar conceitos, técnicas e práticas da área de conhecimento do bloco temático escolhido.
Uso da língua portuguesa (50% da nota): considera o emprego da norma culta, domínio ortográfico e gramatical, estrutura do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), coerência e coesão na exposição das ideias.
Para cargos de nível médio, Bruno diz que toda a nota da discursiva será atribuída ao uso da língua portuguesa.
QUAIS SÃO OUTROS CRITÉRIOS DE ELIMINAÇÃO?
Bezerra diz que, além do desempenho nas provas, existem vários critérios que podem levar à eliminação do candidato. Entre os principais, o professor destaca os requisitos básicos não atendidos, como não ter nacionalidade brasileira ou portuguesa, não estar em pleno gozo dos direitos políticos, ter idade inferior a 18 anos completos na data da admissão, entre outros fatores previstos no edital.
Apresentar informações falsas no ato de inscrição, no pedido de isenção da taxa, declarar falsamente condição de deficiência ou pertencimento a cotas raciais ou étnicas, ou ainda não comprovar condições especiais declaradas também pode levar à eliminação.
Por fim, irregularidades durante as provas, como ser surpreendido dando ou recebendo auxílio, portar aparelhos eletrônicos, calculadoras, livros ou anotações, comunicar-se com outros candidatos, iniciar a prova antes da autorização, afastar-se da sala sem acompanhamento de fiscal, ou não entregar o material de prova devidamente assinado ao final também podem eliminar o candidato.
