Justiça nega exumação do corpo de Gal Costa e investiga suposto crime

10 de Abril 2024 - 16h13

A Justiça de São Paulo negou o pedido de exumação do corpo de Gal Costa, que morreu aos 77 anos em novembro de 2022. A solicitação feita por Gabriel Costa, filho da cantora, segundo o Poder Judiciário, extrapola a esfera administrativa e registral da Vara de Registros Públicos, que ficou responsável por analisar o requerimento.

A juíza pediu, ainda, que o processo seja encaminhado à polícia, por meio da Central de Inquéritos Policiais e Processos (CIPP), para apuração dos fatos narrados por Gabriel Penna Burgos Costa e investigação de possível crime cometido por Wilma Petrillo, viúva da artista.

“A questão trazida pelo requerente não é apenas registral, mas também notícia-crime. Os fatos narrados sugerem a prática de delito em face da Sra. Gal Maria da Graça Penna Burgos Costa”, diz a decisão.

Apesar de ter atribuição para decidir sobre exumação e translado de pessoas sepultadas na capital a partir de três anos, a Vara da Justiça paulista que aprecia o caso apontou que não tem autoridade para determinar os procedimentos para fins de prova em processo criminal.

Embora o atestado de óbito da cantora aponte a ocorrência de um “infarto agudo do miocárdio”, as dúvidas a respeito das circunstâncias da morte de Gal começaram dias após seu falecimento, em novembro de 2022, quando o produtor cultural Paulo Lima, amigo da cantora, usou as redes sociais para desabafar sobre o local onde ela foi enterrada. Segundo Paulo, Gal foi sepultada em um local diferente do que escolheu e de difícil acesso aos amigos e fãs.

Gal, intuitiva como era até isso deve ter previsto. Não é justo seja sepultada num jazigo que não é seu e que seja dificultada a chegada de seus fãs e amigos para homenagens e despedidas finais. Porque isso tudo está acontecendo? Quem deseja apagar e esconder essa pessoa amada por tantos? O que há por trás de tudo isso?”, completou Paulo, em uma publicação no Instagram.

Em resposta a Paulo, pessoas que conviveram com Gal e fãs questionaram Wilma, que se pronunciou. “Você não sabe de nada”, disse. “Esse tal Paulo não convivia com a Gal há mais de 40 anos”, acrescentou, em outro comentário, causando a reação de outras pessoas que acompanhavam a conversa.

“Ora ora ora Wilma. Não conviver com a Gal era a coisa mais comum há pelo menos 28 anos, quando alguém a afastou de boa parte de seus amigos. Aliás, vc não muda nada, né? Sempre escrevendo em caixa alta (gritando)”, escreveu um perfil no Instagram.

Em setembro de 2023, a Justiça nomeou Petrillo como inventariante dos bens da artista. Em janeiro deste ano, contudo, Gabriel entrou em contato com as advogadas Luci Vieira Nunes e Mariana de Athayde Ferreira para confrontar a decisão primária da Justiça acerca do dinheiro deixado pela cantora. A ação questiona a fração do patrimônio reinvindicada por Petrillo.

A defesa de Gabriel afirma que Petrillo não era par romântico da cantora há anos, agindo apenas como empresária e madrinha do menino na maior parte do tempo.

METRÓPOLES

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