Médico preso dizia que pacientes precisavam ficar excitadas para exames darem certo

21 de julho 2023 - 13h55

Um médico ginecologista, de 73 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (21/7) na capital goiana suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes. Identificado como Fábio Guilherme da Silveira Campos, ele era servidor efetivo da Secretaria Municipal de Saúde e atendia no no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil, o médico já havia sido denunciado pelos mesmos crimes há quase 30 anos.

De acordo com a delegada que apura o caso, Amanda Menuci, duas mulheres relataram crimes contra o médico ao Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1994. Segundo a investigadora, o ginecologista chegava a dizer no consultório, que as pacientes precisavam ficas excitadas para a realização de exames e, por isso, tocava os seios das mulheres, colocava a mão deles no órgão genital dele.

“Ele até pediu para uma delas fechar os olhos e pensar em coisas boas. Ele ejaculou na barriga dela”, disse a delegada ao portal G1.

Novas vítimas

O médico foi agredido pelo marido de uma paciente em junho deste anos. Nas imagens é possível ouvir o homem chamando o ginecologista de “abusador de mulher”. Veja:

De acordo com a polícia, as vítimas tinham 15, 16, 21 e 32 anos nas datas dos crimes. Após a repercussão do caso, uma mulher entrou em contato com a corporação e relatou ter sido vítima em 2014. Ainda de acordo com a delega, uma das mulheres que denunciou o abuso há quase 30 anos, também é testemunha nas investigações atuais. Ao todo, cinco vítimas foram identificadas. Dessas, duas denunciaram formalmente o médico e uma é testemunha, pois o caso prescreveu.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o médico “é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás”, lotado no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte desde 2014.

Neste período, a SMS afirmou que “não recebeu nenhuma denúncia contra o profissional”, mas ele está afastado desde 30 de junho. Segundo a pasta, “não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência”.

Também em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos são apuradas e tramitam em total sigilo.

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