Por Harley Nascimento
Após 7 anos de seu último filme, a franquia Planeta dos Macacos volta, mas dessa vez Wes Ball (Maze Runner) toma o lugar de Matt Reeves (The Batman) no posto da direção. Ball decide se distanciar bastante dos dois filmes dirigods por Reeves, se aproximando bem mais do clássico de 1968, deixando de lado a ação frenética de O Confronto e A Guerra e abraçando bem mais o confronto de ideias entre os personagens.
Essa sequência também serve como um soft-reboot para a franquia, quando Wes Ball se afasta, ao menos cronologicamente, da história de César - protagonista dos 3 últimos longas - se passando 300 anos após sua morte. E apesar de César não estar presente fisicament, seu legado é o principal tema de O Reinado.
Se na última trilogia, o macaco era tratado como Moisés, aqui, ele é tratado como o Jesus Cristo desta sociedade. Seu legado é completamente distorcido por Próximus, principal antagonista, que usa das palavras de César como uma desculpa para espalhar o mal e chegar ao poder.
Já Noa, protagonista, entende os ensinamentos do primeiro macaco evoluído e luta contra a tirania de Próximus, fazendo esse filme ser praticamente uma jornada bíblica.
Planeta dos Macacos: O Reinado também é um espetáculo visual em todos os aspectos. Wes Ball prioriza cenários bem iluminados, claros e, principalmente, vivos. Juntando isso com o uso perfeito de computação gráfica, temos um dos blockbustes mais visualmente interessantes dos últimos anos. Da criação do ambiente, pra pelugem dos macacos e suas expressões faciais, esse filme é uma aula de uso de efeitos visuais.
Pode parecer contraditório, mas, apesar do filme focar mais em personagens e ambientação de cenários, ele carece de um bom desenvolvimento para o primeiro. Se Noa tem um bom desenvolvimento, poucos sabemos sobre Mae, humana que o segue durante sua jornada. O mesmo para seus amigos e familiares, que a única informação que temos deles são seus nomes. E isso vale até mesmo para Próximus, que sabemos o seu objetivo, mas em nenhum momento a sua motivação.
Levando em conta a sequência final, tudo indica que a ideia de Wes Ball é deixar todo esse desenvolvimento para os próximos filmes.
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