Transtornos mentais na infância: pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais de alerta

21 de julho 2023 - 10h42

Enquanto o debate sobre saúde mental ganha espaço na mídia e nas rodas de conversa, a atenção voltada para as crianças muitas vezes é negligenciada. No entanto, especialistas alertam que a infância é uma fase crucial para o desenvolvimento emocional e psicológico, e problemas não tratados podem ter impactos significativos ao longo prazo.

De acordo com dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 10% das crianças e adolescentes em todo o mundo enfrentem problemas de saúde mental. Porém, os especialistas destacam que esse número pode ser ainda maior, devido à subnotificação e ao estigma associado ao tema.

Segundo a psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Adriana Melo, identificar problemas de saúde mental em crianças nem sempre é fácil, pois elas podem ter dificuldade em expressar seus sentimentos. “Alguns sinais de alerta podem ser observados, como mudança brusca de humor ou comportamento, dificuldade de concentração na escola, isolamento social e recusa em participar de atividades que antes eram prazerosas, queixas frequentes de dores físicas sem causa aparente, mudanças nos padrões de sono ou alimentação”, afirma.

A psicóloga destaca ainda que o diagnóstico precoce e a intervenção adequada são fundamentais para evitar que problemas se agravem ao longo do tempo. Pais, educadores e profissionais de saúde têm um papel crucial nesse processo, devendo estar atentos aos sinais de alerta e prontos para buscar ajuda especializada.

“No cenário atual, os cuidados com as crianças estão sendo terceirizados, a conjuntura familiar encontra-se fragmentada e há muitas cobranças da sociedade que são vivenciadas desde cedo. Para piorar, as falas dos pequenos muitas vezes não são validadas. Eles choram em silêncio, na escola, na casa dos avós e em outros ambientes. Por isso a importância de não comparar, não julgar, não cobrar, mas sim de observar e acolher”, defende a profissional.

Para Adriana Melo, o enfrentamento da questão passa por uma lição básica: “O amor e o carinho são o melhor caminho para compreender a dor do seu filho.

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