O Banco Central bloqueou contas bancárias, ativos financeiros, cartões e chaves Pix de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A notícia é do O Antagonista.
A operação foi comunicada nesta segunda-feira, 4, ao magistrado, registrou o Metrópoles.
Em ofício encaminhado à Corte, a autoridade monetária afirmou que determinação de bloqueio foi transmitida a todas as instituições financeiras.
“Confirmo que as chaves Pix vinculadas ao CPF do investigado, registradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), foram bloqueadas por esta autarquia em 31 de julho de 2025”, diz o ofício.
Perseguição ao ex-assessor de Moraes?
Em conversa por videochamada com blogueiros bolsonaristas, Tagliaferro disse na quarta, 30, ser “um dos perseguidos”.
“Sou um dos perseguidos também. Estou junto no inquérito com todos vocês. Ainda não fui denunciado, mas provavelmente a partir de hoje eu serei denunciado, e o azar é só deles, que quanto mais eles fazem, mais eu faço”, afirmou.
Fora do Brasil, ele prometeu fazer revelações sobre Moraes, a quem chamou de “tirano”.
“Tem algumas coisas fraudulentas que foram feitas. Ele vai me assistir, ele sabe do que eu estou falando”, afirmou.
Segundo Tagliaferro, a forma de Moraes agir é “amedrontando, assustando e calando as pessoas”.
“E a mim ele não vai calar”, continuou.
Indiciado pela PF
Em abril, a Polícia Federal (PF) indiciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional com dano à administração pública, no escândalo batizado de Vaza Toga.
Segundo o órgão, Tagliaferro ocupava cargo de confiança na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE e “praticou de forma consciente e voluntária” o alegado crime.
“Por todas as razões delineadas, com amparo nas informações trazidas as autos, com extensa realização de oitivas e amparo na quebra de sigilo telemática deferida, constata-se a materialidade”, disse a PF.
No documento, a corporação afirmou que o ex-assessor revelou à própria esposa que repassou informações ao jornal Folha de S.Paulo.
“O diálogo deixou evidente que Eduardo divulgou ao jornalista informações que foram obtidas enquanto ele trabalhava na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Estas informações deveriam ser mantidas em sigilo”, disse.