O relator da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar (União-AL), pretende sugerir que as investigações sobre as fraudes nas aposentadorias e pensões mirem os governos Dilma 2, Michel Temer, Jair Bolsonaro e o terceiro mandato de Lula. A informação é do O Antagonista.
Assim, o escopo da investigação da Comissão Parlamentar Mista abrangeria roubos e desvios desde 2010, um período de 15 anos.
Apesar de ser um prazo considerado elástico, integrantes do colegiado ouvidos por este portal apontam essa solução com uma boa saída para obter informações como, por exemplo, que começou o lobby pela entrada das entidades associativas e com elas conseguiram burlar sistemas do Instituto Nacional de Previdência Social.
Justamente para ter uma ideia desse histórico, Gaspar quer sugerir aos integrantes do colegiado que as primeiras pessoas a serem ouvidas sejam justamente os ex-ministros da Previdência dos últimos quatro governos (incluído os dois de Lula, Carlos Lupi e Wolney Queiroz). Haverá também a prioridade de se ouvir os presidentes do INSS dos governos Dilma 2, Temer, Bolsonaro e Lula.
O plano de trabalho deve ficar pronto ao longo do final de semana e a expectativa é que Gaspar apresente a peça na próxima terça-feira, quando o colegiado voltará a se reunir.
CPMI do INSS com mais de 700 pedidos até o momento
Até o fechamento desta matéria, às 13h desta sexta-feira, 22, deputados e senadores havia apresentado 724 requerimentos à CPMI, entre os quais pedidos de quebras de sigilo fiscal e telemático de pessoas ligadas ao ministério da Previdência.
Os documentos apresentados até o momento incluem solicitação de quebra do sigilo telemático de Alessandro Antônio Stefanutto, que presidiu o INSS entre janeiro de 2023 e julho de 2025, e do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. Também foi protocolado pedido para levantar os sigilos bancário e fiscal de Lupi no mesmo período.
Outros nomes aparecem na lista. Foi requerido o acesso aos dados bancários e fiscais de Aristides Veras dos Santos, presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), de 2019 a 2025, e de José Carlos Oliveira, ex-presidente do INSS e ex-ministro do Trabalho e da Previdência, no intervalo entre 2021 e 2025.
Além das quebras de sigilo, parlamentares querem ouvir integrantes do governo. Há convites para que compareçam ao colegiado o ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinicius Marques de Carvalho, o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, e o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Também foi apresentado requerimento de convocação de Frei Chico (José Ferreira da Silva), vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos).