O governo Trump está considerando bombardear alvos militares na Venezuela que afirma serem utilizados para o tráfico de drogas, mas o presidente dos Estados Unidos ainda não teria tomado a decisão final de atacar, segundo o jornal americano "The Wall Street Journal". Com informações do g1.
A mando da alta cúpula do governo Trump, o Exército americano identificou esses alvos venezuelanos que podem ser alvos dos eventuais ataques. Os locais avaliados incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, supostamente usados para o tráfico de drogas — entre eles, bases navais e pistas de pouso, afirmou a reportagem com base em fontes do governo americano.
Caso aconteçam, esses bombardeios seriam uma escalada significativa nas tensões entre os governos Trump e Maduro e serviriam como uma mensagem clara ao presidente venezuelano de que chegou a hora de deixar o poder, segundo o "The Wall Street Journal".
A reportagem não disse se o governo Trump forneceu indícios de que as instalações militares venezuelanas de fato estejam sendo utilizadas para dar suporte ao narcotráfico.
Nesta sexta-feira (31), o jornal "Miami Herald" afirmou que o governo Trump já teria tomado a decisão de realizar ataques em território venezuelano e que poderiam ocorrer a qualquer momento nos próximos dias ou até mesmo nas próximas horas. No entanto, não há notícias de outros jornais dos EUA reportando tal decisão até a última atualização desta reportagem.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já admitiu ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano e dá indícios de que busca derrubar Maduro do poder. O envio do maior porta-aviões do mundo para o Caribe é um sinal inequívoco de que o republicano está disposto a utilizar força militar na Venezuela para além dos bombardeios a barcos no Caribe, segundo analista ouvido pelo g1.
Na semana passada, Trump disse que fará ações terrestres contra cartéis de drogas em breve e fontes do governo americano afirmaram à rede americana "CNN" que ele está considerando planos para atacar instalações de produção de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro da Venezuela.
Maduro denunciou que a presença militar americana perto da costa do país tem como objetivo provocar uma mudança de regime. Ele já fez apelos em inglês de "não à guerra maluca" e tentou negociar, sem sucesso, com o governo Trump acesso aos recursos naturais do país —a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo, estimada em cerca de 300 milhões de barris.
Já a Venezuela realizou no último sábado (25) exercícios militares com o objetivo de proteger seu litoral de eventuais "operações encobertas" aprovadas pelo governo dos EUA. Militares venezuelanos foram enviados ao litoral para um dia de exercícios ordenados por Maduro, que anunciaram ontem que os Estados Unidos "estão inventando uma guerra" contra o seu país.
O governo Trump classificou cartéis de drogas latino-americanos como organizações terroristas e declarou estar em guerra contra eles. Também ordenou o envio de uma pesada presença militar no mar do Caribe, com dezenas de navios e aeronaves de guerra. Os EUA também acusam Maduro de liderar o Cartel de Los Soles e dobraram a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de 270 milhões).
O presidente americano argumenta que sua ação militar busca parar o fluxo de drogas vindo da Venezuela para os EUA. No entanto, dados da ONU enfraquecem a versão oficial das operações: o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para drogas e crimes, aponta que a droga que mais causa overdoses nos EUA, o fentanil, vem do México, que fica perto da costa oeste dos Estados Unidos.